O Nordeste registrou, em 2024, mais de 93 mil internações causadas por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI), o que representa 27,2% do total nacional. Maranhão aparece como o estado com maior número de casos, com 32,1 mil hospitalizações. Em seguida, aparecem Bahia (24,2 mil), Ceará (12,2 mil) e Pernambuco (8,2 mil). Os números são do estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil.
A deficiência na infraestrutura básica da região é um dos principais fatores que explicam esses índices. De acordo com o Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento Básico (SNIS) de 2022, mais de 13 milhões de nordestinos não têm acesso à água potável e quase 38 milhões vivem sem coleta de esgoto. O volume de esgoto não tratado despejado diariamente equivale a cerca de 1,4 mil piscinas olímpicas.

Segundo o levantamento do Trata Brasil, 77% das internações no Nordeste está ligada a doenças de transmissão feco-oral, que poderiam ser evitadas com ações básicas de saneamento. No total, essas enfermidades resultaram em 72,2 mil internações, enquanto doenças transmitidas por insetos vetores somaram 19,7 mil casos.
O impacto econômico também foi pautado no levantamento. Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) teve despesas superiores a R$ 42,7 milhões com internações relacionadas à falta de saneamento, sendo R$ 31,258 milhões destinados exclusivamente ao tratamento de doenças de transmissão feco-oral.
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