Depois de meses de retração, a confiança do consumidor brasileiro apresentou reação em julho. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) teve aumento de 0,6% e alcançou 103,2 pontos, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O resultado mantém o índice acima da marca que indica otimismo, que é de 100 pontos, ainda que fatores como juros elevados continuem limitando o consumo.
A reversão do indicador é atribuída, sobretudo, a uma percepção mais favorável sobre o emprego. A perspectiva de estabilidade na ocupação e o leve avanço no crédito fortalecem a retomada. Entre os componentes analisados, a expectativa profissional subiu 3,7% em relação a julho do ano passado. O acesso ao crédito, por sua vez, cresceu 3,3%. Já o nível de consumo atual teve uma melhora de 1,5%.

Perfil
O levantamento revela ainda que a recuperação é mais visível entre famílias com renda de até 10 salários mínimos. Nesse grupo, o índice avançou 0,8% no mês e 0,2% no ano. Já entre quem recebe acima desse patamar, o indicador praticamente se manteve estável, com leve alta de 0,1% em julho. Em relação ao ano, houve uma queda de 1,7%.
Instabilidade
Os dados apontam que a melhora na avaliação sobre o emprego não é uniforme. O subíndice que mede a percepção do emprego atual registrou leve alta de 0,3% no mês, mas segue negativo no comparativo anual, com recuo de 0,9%. Já a confiança em relação à manutenção de postos e criação de vagas subiu 1,1% em julho e acumula alta de 3,7% em 12 meses.
Juros
Apesar de algum alívio na oferta de crédito, as taxas de juros ainda pesam na decisão de adquirir bens de maior valor. O indicador que mede o momento para comprar itens duráveis teve queda de 6,7% em comparação a julho de 2024. Mesmo assim, o acesso ao crédito mostra sinais de recuperação.
Cerca de 32,8% dos consumidores relataram facilidade para obter recursos. Este é o melhor número desde abril de 2020. Medidas pontuais de estímulo à liquidez ajudaram, especialmente, entre consumidores de renda mais baixa.
Retomada Lenta
O subíndice Perspectiva de Consumo, que mede a intenção de gastar, está 0,6% abaixo do nível de julho do ano passado. Contudo, a variação positiva de 1% em relação a junho indica uma retomada progressiva.
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