A 2ª maior feira à beira-mar do Ceará localizada na Praia da Caponga, município de Cascavel, há cerca de 60 km da capital Fortaleza, aquece a economia da região e movimenta as noites de sábado. A Feira surgiu em 2018, impulsionada por empreendedores da cidade que queriam aumentar as vendas.
Criada há apenas 5 anos, a Feira Tradicional da Caponga surgiu com o intuito de aquecer o comércio da região. Com barracas cedidas aos comerciantes a “feirinha”, como é chamada pelos moradores, atrai públicos não só das cidades vizinhas e de Fortaleza, como também de turistas de outros estados.
A Feira sobreviveu à pandemia de Covid-19, mas não saiu ilesa. Dos quase 200 expositores antes da pandemia, a feira conta hoje com 38 comerciantes que reúnem gastronomia, artesanato, vestuário, acessórios e os mais variados itens em um só lugar. Porém o número de interessados em participar e e vender seu produto na feirinha tem aumentado novamente, de acordo com os expositores. “Falta acreditarem na gente”, destaca o comerciante Vladimir Mirante, 47 anos.
O expositor participa desde as primeiras movimentações de planejamento até a inauguração da feira. Ele é empreendedor há mais de 30 anos e conta que a estratégia de criação da feira foi reunir os produtos de vários comerciantes da região, em um só lugar, para atrair o público. “As pessoas tinham mercadoria, mas não era vista”, conta.
Posicionada na orla da praia, a feira aqueceu o turismo na região e beneficia não só a comunidade como a todos os empreendedores da região. As barracas de praia da orla viram o movimento do seu comércio mudar após a criação da feirinha.
O empresário Airon Camilo, 53 anos, é dono de uma tradicional barraca de praia da região e começou a manter o seu comércio aberto nas noites de sábado para aproveitar o movimento da Feira. O empreendedorismo foi herdado de geração para geração na família de Camilo, pois no local em que hoje é a barraca, era antes uma mercearia que pertencia a seu avô. Em seguida, passou para seu pai que o transformou em uma barraca de praia e hoje Airon toca com a esposa, Patrícia Maria, de 48 anos.
“A feirinha mudou esse perfil da praia. Pois não tinha atração a noite. Tem gente que não vem de dia e vem à noite”, conta o dono da barraca que já presenciou vários cenários na economia da região. Ele conta ainda que durante a semana o movimento da barraca é fraco e a movimentação das noites de sábado preenche o movimento perdido.
Além da venda de produtos a parte gastronômica da Feira é formada por donos de restaurantes da região que também preenchem a falta de movimento na baixa temporada vendendo pratos diversos na feirinha. Paloma Borges de Brito, de 24 anos, tem um restaurante com a família na praia vizinha, e buscou a feirinha para aumentar a renda. “As contas continuam né, então a gente buscou uma nova forma de renda”, explica.
A advogada Maribel Kaster e o companheiro, o engenheiro André Delgal, estão de passagem pela região e também aproveitaram o movimento da tradicional feira para vender seus produtos. O casal deixou a estabilidade e a vida de escritório em 2016 para empreender, eles foram até o Uruguai se aprimorar e hoje vendem produtos de alta qualidade de couro. “Às vezes dá uns apertos, não vende, às vezes chove, não dá para expor”, conta a advogada que mesmo com as dificuldades, revelou não se arrepender.
Até o ano de 2019 o Distrito de Caponga contava com 15 mil habitantes, além da pesca e do artesanato um dos principais meios de subsistência na região é o comércio. A comunidade viu uma grande oportunidade com a Feira, pois a grande maioria dos empreendedores levam o sustento para casa a partir das vendas. A Feira Tradicional da Caponga acontece todos os sábados a partir das 18h na orla da Praia da Caponga.
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