Visando auxiliar as pessoas a planejar uma vida mais longa e saudável, o Grupo Bradesco Seguros, em parceria com o Instituto de Pesquisa Locomotiva, desenvolveu o Indicador de Longevidade Pessoal (ILP). O ILP, que utiliza uma escala de 0 a 100, faz a análise de 31 variáveis, organizadas em seis áreas principais.
Esses pilares incluem atitudes em relação à longevidade, saúde física e mental, interações sociais, cuidados preventivos e gestão financeira. Eles abrangem desde hábitos alimentares e prática de atividades físicas, até aspectos emocionais, como autoestima e lazer, bem como planejamento financeiro e uso de serviços de saúde.
Oficialmente apresentado no 17º Fórum da Longevidade Bradesco Seguros, o indicador foi criado com base em dados e metodologias de entidades, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A ideia central é tornar o conceito de longevidade acessível e relevante para todas as faixas etárias.
Antes do lançamento oficial, uma pesquisa envolvendo 1.058 brasileiros, maiores de 18 anos e provenientes de diferentes regiões do país, revelou um score médio de 64 pontos. Esse resultado indicou que ainda há muito espaço para avanços. Outro aspecto importante que surgiu no levantamento foi o preconceito relacionado à idade: 80% dos participantes associam os idosos a valores conservadores, mas, por outro lado, 71% reconhecem que pessoas mais velhas podem ser inspiradoras. Já 90% acreditam que a presença de diferentes gerações no ambiente de trabalho é algo positivo.
De acordo com o médico e gerontólogo Alexandre Kalache, que contribuiu com o desenvolvimento do ILP, o objetivo do indicador é desfazer alguns mitos sobre o envelhecimento e combater o etarismo. “A pesquisa mostra que as pessoas mais velhas são mais ativas e exemplares que os jovens em vários aspectos, entre eles satisfação com as relações pessoais e apoio dos amigos, com 65% e 58%, respectivamente”, comentou.
Outro ponto observado no estudo é que pessoas com mais de 50 anos apresentam melhores pontuações em áreas como saúde mental, finanças e cuidados preventivos. Em contraste, os jovens entre 18 e 29 anos demonstram maiores dificuldades em lidar com questões de saúde mental, prevenção e interação social.
O impacto das mudanças climáticas também foi abordado como um fator que afeta diretamente os idosos. Eventos como enchentes e poluição do ar são mais prejudiciais para pessoas idosas, que geralmente possuem sistemas respiratórios mais fragilizados. Esses problemas, associados às condições socioeconômicas, tornam o envelhecimento ainda mais desafiador para muitos brasileiros.
Além de fornecer uma “nota” que reflete a condição de cada indivíduo em relação à longevidade, o ILP funciona como uma ferramenta de reflexão. Ao responder ao questionário, que pode ser completado em cerca de cinco minutos, os participantes podem identificar áreas da vida em que precisam melhorar para alcançar um envelhecimento mais saudável. A ideia é que as pessoas voltem periodicamente a essa autoavaliação, já que as circunstâncias da vida mudam constantemente e afetam diferentes aspectos, como alimentação, exercício e sono.
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