Com o objetivo de buscar soluções frente à imposição de novas tarifas sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) participou, nesta terça-feira (29), de uma reunião em Brasília com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. O encontro também contou com a presença do governador Elmano de Freitas, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC) e de empresários cearenses de setores diretamente impactados.
Durante a reunião, foi formalizada a criação de um grupo de trabalho que reunirá representantes do Governo do Estado, do Governo Federal e do setor produtivo do Ceará. O objetivo é definir estratégias para reduzir os impactos das tarifas, que entram em vigor no dia 1º de agosto. O Ceará é o estado mais exposto à medida: 51,9% das exportações cearenses têm como destino o mercado norte-americano.
Entre os participantes da comitiva estavam o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante; o presidente da FAEC, Amílcar Silveira; e o CEO da ArcelorMittal Pecém, Erick Torres. Também estiveram presentes empresários dos segmentos de aço, calçados, pesca e castanha de caju — todos diretamente afetados pelas novas exigências comerciais.
“Estamos trabalhando full-time. A indústria cearense representa mais de 30% dos empregos formais do estado. Só na indústria, são mais de 378 mil empregos com carteira assinada. Por isso, precisamos agir com clareza, dados e ação coordenada”, afirmou Ricardo Cavalcante.
O presidente da FIEC alertou para os desafios de redirecionar exportações em curto prazo, diante das exigências sanitárias, ambientais e regulatórias de outros mercados. Ele citou os setores de calçados e pesca, que somam cerca de 150 mil empregos no estado e possuem grande dependência do mercado americano.
A discussão contou ainda com contribuições técnicas do Observatório da Indústria da FIEC e do Centro Internacional de Negócios (CIN), que mapeiam os possíveis impactos e alternativas de mercado em tempo real. “O Observatório nos permite discutir a pauta com profundidade e responsabilidade. A articulação com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e os governos estadual e federal é permanente”, completou Cavalcante.
O governador Elmano de Freitas agradeceu o apoio do setor produtivo e reforçou a importância da união de esforços. “O Ceará é o estado mais impactado pelas medidas. A reunião foi produtiva e mostra que estamos preparados para reagir com firmeza, garantindo a competitividade das empresas cearenses. A criação do grupo de trabalho é essencial para atuarmos de forma coordenada a partir do dia 1º de agosto.”
A expectativa é que, até a entrada em vigor das tarifas, novas negociações com o governo norte-americano possam avançar. Segundo Cavalcante, há também interesse de setores dos EUA em manter o equilíbrio nas relações comerciais com o Brasil.
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