Mesmo com o país registrando uma melhora gradual no controle das síndromes respiratórias graves, o Ceará ainda enfrenta alta nas internações. Segundo o último Boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o estado destaca-se entre aqueles com maior carga hospitalar devido a infecções respiratórias, especialmente entre grupos vulneráveis.
O levantamento, que considera as notificações do período entre 29 de junho e 5 de julho, mostra que 25 estados brasileiros apresentam índices elevados de hospitalização por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No Ceará, a prevalência está associada principalmente à circulação do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que acomete principalmente crianças pequenas, e do vírus Influenza A, com maior impacto entre idosos.
Segundo Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz, destaca que a estabilidade ou queda observada em algumas regiões não elimina a necessidade de vigilância. “Ainda há locais com crescimento pontual em determinadas faixas etárias. Mesmo com o recuo da curva, o número de hospitalizações continua significativo”, alerta.

Entre as capitais brasileiras, 20 ainda registram números altos de internações, abrangendo cidades das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Os dados indicam que o VSR lidera a lista dos vírus mais detectados, responsável por quase metade dos casos positivos (49,6%).
Também aparecem no levantamento os registros de Influenza A (29,2%), rinovírus (21,3%) e Covid-19 (2,3%). Apesar de apresentar baixa circulação, o coronavírus continua sendo monitorado com atenção especial para idosos e imunossuprimidos.
No acumulado de 2025, o Brasil contabiliza 126.828 casos notificados de SRAG. Destes, 52,5% foram confirmados como infecções virais, 33,4% testaram negativo e 7,2% aguardam resultados laboratoriais.
Prevenção
Diante desse cenário, a Fiocruz reforça a importância da manutenção das medidas preventivas, especialmente para grupos de risco. A instituição recomenda a atualização do calendário vacinal, com destaque para as doses de reforço contra a gripe e a Covid-19. Além disso, o uso de máscaras em ambientes fechados com grande circulação, sobretudo em unidades de saúde, também é incentivado.
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