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Five Nights at Freddy’s não chega perto do que poderia ser (Crítica)

Dirigido por Emma Tammi (Terra Assombrada), Five Nights at Freddy’s é uma adaptação de um game de terror do mesmo nome. Tendo uma boa premissa e um ótimo potencial, o filme não entrega o que poderia, fazendo que agrade um certo público. 

O filme começa com aquilo que imaginava que seria o projeto num todo. Acompanhamos um segurança tentando sobreviver em um local abandonado, enquanto é perseguido por robôs misteriosos. Contudo, o mesmo é capturado e entra em uma cena de tortura com requintes de Jogos Mortais. 

Tudo isso nos leva a pensar qual será a pegada do projeto. No entanto, entramos em momentos dramáticos de Mike, personagem vivido por Josh Hutcherson (Jogos Vorazes), onde ele não consegue se manter em um emprego para poder cuidar de sua irmã, interpretada por Pipo Rubio (Instável). Enquanto isso, o protagonista ainda precisa lidar com traumas envolvendo o seu falecido irmão e o interesse de sua tia em adquirir a guarda de sua irmã.

Entendo que todo esse contexto do protagonista é criado para podermos ter empatia com o mesmo, e que isso nos envolva mais na narrativa da narrativa. Porém, o que mais interesse aqui é a premissa do projeto, sendo o desafio de ser uma segurança de um local cheio de robôs assassinos.

Após toda essa contextualização, Mike consegue o emprego com o personagem vivido por Matthew Lillard (Pânico), onde atuará como segurança na abandonada pizzaria Freddy Fazbear’s Pizza. Desde o início da interação de ambos, percebemos que aquele vivido por Lillard era o grande vilão dessa história, fazendo com que o filme seja muito previsível.

Dentro do novo emprego, nos aprofundamos nos traumas de Mike com seu falecido irmão, sequestrado quando criança. Revivendo o dia do sequestro em uma espécie de sonho lúcido, o protagonista tenta descobrir quem capturou o seu irmão. Tudo isso me pareceu muito desconectado com o que o filme pretendia ser, um survivor horror.

Além disso, com o decorrer da narrativa vemos o protagonista e sua irmã tendo uma conectividade maior com os espíritos, que estão sendo habitados na Freddy Fazbear’s Pizza. Isso me passou uma inspiração nas histórias do Stephen King, principalmente na relação da personagem de Rubio com os robôs e os sonhos lúcidos do Mike. 

Contudo, diferente das histórias de King, Five Nights at Freddy’s não consegue ser impactante nos seus mistérios e nos momentos de terror. Não é apenas o fato do filme praticamente não ser assustador, com todos os jumpscares serem manjados, mas também o fato do projeto não se arriscar dentro do gênero de terror. Isso faz com que o longa pareça meio infantil, onde o diretor não pode extrair o potencial dos games, visto que as crianças poderiam ficar assustadas demais.

Este não é único problema do projeto, ele ainda deixa algumas pontas soltas em relação à morte de personagens importantes na narrativa, onde não são sentidas e não deixam nenhuma consequência. Além do mais, a personagem vivida por Elizabeth Lail (You) é algo que me incomodou durante toda a história, visto que desde o início ela se mostra alguém envolvida em todo esse terror, só que mal tenta ajudar o protagonista. Porém, por muito pouco ela se envolve no clímax, parecendo ser muito forçada.

Além disso, o clímax não é dos mais envolventes, tendo uma revelação extremamente previsível, e que ainda não explica tudo o que aconteceu com o irmão sequestrado do Mike. Fora isso, a maneira que o grande vilão é derrotado não é tão impactante, que, apesar do gancho para uma sequência, não faz com que o espectador fique animado para tal.

Por fim, Five Nights at Freddy’s é um terror que se destaca apenas para o público mais infantil, muito pela linguagem e como os conceitos do gênero para si, onde as cenas de mais aterrorizante parecem ser muito controladas para um público de idade mais baixa. Além disso, a relação entre os personagens não é muito interessante ao ponto de você se importar com eles, fora que a maneira como narrativa acontece não lhe deixa instigado para todo o processo. Os pontos altos aqui com certeza são o seu visual muito fiel ao game original, e talvez alguns easter eggs, ao ponto de agradar um número pequeno dos espectadores. 

Nota: 5,5/10

Também leia nossas críticas de Assassinos da Lua das Flores, O Exorcista: O Devoto e Jogos Mortais X.

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