O Ceará registrou 2.902 focos de calor em outubro de 2025, o maior número para o mês desde 2005. O volume representa uma alta de 56% em relação à média histórica de 1.858 focos e um aumento de cerca de 17% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados do satélite AQUA. O relatório foi elaborado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e pela Secretaria dos Recursos Hídricos.

A análise de tendência é feita a partir dos registros diários do satélite, considerado o principal sensor da série histórica. Esses dados permitem acompanhar o comportamento dos focos de calor ao longo dos anos e compará-los entre diferentes regiões e períodos.
No ranking nacional, o Ceará ocupou a terceira posição, ficando atrás do Maranhão (5.784 focos) e do Pará (5.659 focos). Quando contabilizados os dados dos 11 satélites de monitoramento, o estado somou 29.615 focos de calor no período analisado. Segundo a distribuição espacial, há uma maior concentração de ocorrências nas regiões noroeste e sul, especialmente nas AIS 16 (5.371 focos), 14 (4.599), 21 (4.296) e 19 (3.793).

As bacias hidrográficas do Alto Jaguaribe, Acaraú, Salgado, Banabuiú e Metropolitana concentraram, juntas, mais de 65% de todas as detecções. No recorte municipal, Icó (1.109 focos), Crateús (1.060), Quiterianópolis (811), Acopiara (679) e Santa Quitéria (655) lideram o ranking dos 30 municípios com maior número de registros.
O relatório ressalta que o uso combinado de dados de todos os satélites pode gerar superestimativa, já que um mesmo evento pode ser detectado por diferentes sensores em horários distintos. A situação é comum em queimadas de grande porte ou longa duração.
Em se tratando das Unidades de Conservação (UCs), 2.466 registraram focos de calor. As UCs federais concentraram a maior parte dos registros (2.007 focos), com destaque para a APA da Chapada do Araripe, que sozinha contabilizou 1.064 ocorrências. Entre as unidades estaduais, que somaram 437 focos, o destaque vai para a APA do Boqueirão do Poti e o Parque Estadual do Cânion Cearense do Rio Poti. Nos Territórios Indígenas foram observados 22 focos.
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