O Ceará apresenta um aumento no número de adolescentes com excesso de peso. Entre 2014 e 2024, a proporção de jovens de 10 a 19 anos nessa condição passou de 23% para 35%, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, um a cada três adolescentes cearenses está acima do peso.
A situação acompanha uma tendência nacional. No Brasil, cerca de um terço das crianças e adolescentes dessa faixa etária também têm excesso de peso, com Rondônia e Ceará registrando as maiores variações no período. Entre as capitais, São Paulo lidera em número absoluto com mais de 76 mil casos, seguida por Rio de Janeiro (64 mil), Manaus (43 mil).
Fortaleza ocupa a quarta posição com 35.421 jovens. O número é equivalente a 37,7% da população local entre 10 e 19 anos. Outros estados que registraram crescimento incluem Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Piauí, Paraná e Bahia. Roraima foi o único estado a registrar queda no período.
Especialistas alertam que o excesso de peso na adolescência aumenta o risco de doenças crônicas na vida adulta. Entre elas: diabetes, problemas cardiovasculares e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Em se tratando das crianças mais novas, com idades entre 2 e 3 anos, dados do Atlas da Obesidade Mundial indicam que 71% consomem alimentos ultraprocessados e 52% fazem suas refeições diante de telas, como televisão, celular ou computador.
Entre os 5 e 9 anos, o consumo de ultraprocessados atinge 83%, 60% das crianças se alimentam assistindo à TV e mais da metade consome regularmente bebidas adoçadas (66%) e guloseimas (59%). Já na faixa de 10 a 19 anos, 81% ingerem ultraprocessados, 61% se alimentam diante de telas, 64% consomem bebidas açucaradas e 48% mantêm consumo frequente de embutidos.
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