A imposição da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos tem impactado o setor do agronegócio de pelo menos 16 municípios do Ceará. A análise é do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), que considerou três categorias de produtos: pescados, cera de carnaúba e um grupo formado por água de coco, castanha, mel e melão.
Ao longo do primeiro semestre de 2025, essas cidades exportaram um total superior a US$ 64,7 milhões desses itens, valor equivalente a aproximadamente R$ 350 milhões. Fortaleza lidera em termos financeiros, com exportações que somam cerca de US$ 17 milhões.

No segmento de pescados, a capital cearense destaca-se como maior exportadora para os EUA, com quase US$ 9 milhões embarcados. Já no grupo formado por água de coco, castanha, mel e melão, Fortaleza ocupa a terceira posição entre os dez municípios mais afetados, com exportações de aproximadamente US$ 6 milhões. Em relação à cera de carnaúba, a cidade é a quarta entre cinco.
Exportações por Município (janeiro a junho de 2025)
- Fortaleza: US$ 17.076.373
- Paraipaba: US$ 8.591.267
- Aquiraz: US$ 6.990.458
- Aracati: US$ 6.187.947
- Camocim: US$ 6.154.938
- Acaraú: US$ 5.391.458
- Itarema: US$ 3.795.844
- Crato: US$ 2.614.350
- Eusébio: US$ 2.599.415
- Russas: US$ 2.379.433
- Icapuí: US$ 1.671.247
- Itapipoca: US$ 288.414
- Marco: US$ 197.100
- Pereiro: US$ 180.114
- Juazeiro do Norte: US$ 103.682
- Palhano: US$ 94.394
Produtos
Entre os produtos analisados, água de coco, castanha, mel e melão concentram os maiores valores exportados. Até junho deste ano, quase metade (49%) das exportações desses itens cearenses foram enviados aos Estados Unidos, gerando uma quantia de US$ 32,9 milhões.

No caso específico do coco, Paraipaba aparece como o segundo município mais afetado no Estado, com exportações que somam US$ 8,5 milhões no período. Na produção da cera de carnaúba, Itarema se destaca com 33,8% das exportações destinadas aos EUA, que representam 19% do total exportado do produto até junho, cerca de US$ 11,2 milhões.
Quanto aos pescados, Fortaleza responde por 40,4% do volume exportado para os Estados Unidos, enquanto Camocim surge em segundo lugar, concentrando 27,8%. No primeiro semestre, os pescados cearenses enviados aos EUA representaram 49% do total exportado, atingindo US$ 22,5 milhões.
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