Fortaleza ocupa hoje o terceiro lugar entre as capitais brasileiras com maior número de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Na prática, isso significa que, na capital cearense, aproximadamente um em cada 20 moradores depende do repasse de um salário mínimo, atualmente fixado em R$ 1.518.
O levantamento mais recente, de abril de 2025, revela que 5,5% da população de Fortaleza recebe o BPC, índice que a coloca no topo entre as cinco maiores capitais do País em termos proporcionais. No total, são 134,8 mil pessoas na cidade que dependem do benefício.
No âmbito estadual, Fortaleza concentra a maior parte dos beneficiários no Ceará. Em seguida aparecem Juazeiro do Norte, com 17,3 mil pessoas atendidas, e Caucaia, com 16,1 mil. Juntas, essas cidades ajudam a compor o total de mais de 410 mil cearenses contemplados, número que já demandou, apenas este ano, R$ 623,8 milhões em recursos federais.

Recentemente, o presidente Lula (PT) sancionou novas regras para a concessão e a manutenção do BPC, com o propósito de detalhar os critérios de acesso ao benefício. Nesse contexto, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mostram que o contingente de beneficiários aumentou mais de 50% nos últimos dois anos e a tendência é que o número continue a crescer.
Entre as principais mudanças previstas no novo decreto está a redefinição da renda familiar bruta, que agora deve ser igual ou inferior a 25% do salário mínimo – ou seja, até R$ 379,50 – para liberar o acesso ao BPC. O texto ainda torna obrigatória a inscrição do beneficiário no Cadastro Único (CadÚnico), o CPF ativo e o registro biométrico atualizado.
Além disso, passa a não ser considerada no cálculo da renda a indenização por danos de barragens, o auxílio-inclusão, pensões alimentícias, benefícios previdenciários de até um salário mínimo recebidos por idosos com mais de 65 anos ou pessoas com deficiência da mesma família, entre outros.
Vale destacar que os beneficiários precisarão manter os dados atualizados, no máximo, a cada 24 meses, sob pena de bloqueio. A revisão periódica do benefício também passa a ser feita em prazos variáveis, sem data fixa, conforme decisão do INSS.
Dez cidades cearenses com mais beneficiários do BPC
- Fortaleza: 134,8 mil;
- Juazeiro do Norte: 17,3 mil;
- Caucaia: 16,1 mil;
- Maracanaú: 12,8 mil;
- Sobral: 11,2 mil;
- Crato: 8,5 mil;
- Maranguape: 7 mil;
- Quixadá: 6,6 mil;
- Iguatu: 5,9 mil;
- Itapipoca: 5,7 mil
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