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Música instrumental brasileira perde Tarcísio Sardinha

O céu de Fortaleza amanheceu nublado não só pelo período chuvoso e, sim, pela passagem espiritual do violonista, compositor e multi-instrumentista cearense Tarcísio Sardinha, ocorrida na manhã desta segunda-feira, 25 de abril de 2022, uma data inesquecível para familiares, parentes, amigos e todos que o admiravam como um dos profissionais mais completos da cena musical brasileira.

58 anos. Essa era a idade de Sardinha que teve como causa mortis, falência múltipla dos órgãos. O artista cearense que recebeu diversas homenagens de músicos e amigos, nas redes sociais, chegou a se hospitalizar em janeiro deste ano, na consagrada Terra da Luz.

Tarsício Sardinha tinha 40 anos de estrada e chegou a dividir palcos e gravações ao lado de grandes nomes da música popular brasileira, a exemplo de Dominguinhos, Belchior, Fagner, Amelinha,  Ednardo, Altamiro Carrilho, Yamandu Costa, Zé da Velha, Silvério Pontes, Maurício Tapajós e Sílvio Caldas.

Além de ter sido uma referência ao choro contemporâneo, o mestre de várias gerações de musicistas, assinou também, a direção musical de shows de parceiros como Falcão, Fausto Nilo, Zeca Baleiro, Waldick Soriano, Clementina de Jesus, dentre outros.

Para a cantora Vannick Belchior, filha do saudoso músico Belchior, o “maestro” Sardinha se caracterizava também pela sua “nobreza”, tamanha era sua sensibilidade e boa a sua companhia. A cantora que é nova revelação da música cearense, ainda acrescentou: “Tarcísio foi fundamental em minha decisão de seguir carreira na música e teve influência que ia além do meu conhecimento e talento musical”.

Sardinha e sua carreira musical

A sua história com a música era de longas datas. Tarcísio de Lima Carvalho veio de uma família de músicos, eis o motivo de ter iniciado os seus estudos aos 11 anos de idade e ser classificado como um autodidata.

Foi aos 15 anos que ele começou a se apresentar em grupos de baile e rodas de choro, que o avô e o pai gostavam muito. O também arranjador fazia oficinas de choro e de música brasileira desde o final da década de 1990.

Muitas pessoas tinham curiosidade em saber o porque do sobrenome “Sardinha”. Este apelido foi dado pelo amigo e flautista José Tróglio Filho, idealizador do primeiro grupo profissional de choro de Fortaleza, conhecido como “Pixinguinha”, do qual Tarcísio fez parte na década de 1980 ao lado dos músicos Pedro Ventura, Macumba, Joãozinho do Violão e Zivaldo.

Tarcísio era tido como mestre por formar uma geração de artistas e harmonizar arranjos para uma gama de gêneros musicais. Não é por menos que Sardinha ficou eternizado como um dos grandes expoentes da música instrumental.

A discografia de Sardinha

O músico deixou de lembrança para a sua legião de fás, os trabalhos “Carlinhos Patriolino e Tarcísio Sardinha Ao Vivo (1998), o disco “Brasileirando”, de 1999, lançado em todas as plataformas digitais e, ainda, “Choro” (2008).

 

 

 

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