PUBLICIDADE

Funceme usa sensoriamento remoto para monitorar reservatórios cearenses

O Ceará avança na gestão da água em meio aos desafios da escassez hídrica. Um estudo inédito da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), em parceria com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e com apoio do Banco Mundial, está utilizando sensoriamento remoto para ampliar o monitoramento da qualidade dos reservatórios do estado.

A pesquisa combina coletas em campo com imagens de satélite, permitindo análises mais frequentes e abrangentes da água armazenada nos açudes. Para a fase inicial, seis reservatórios estratégicos foram selecionados: Castanhão, Curral Velho, Edson Queiroz, Jaburu I, Pacoti e Olho d’Água.

Reservatório Olho d’Água. Foto: Reprodução Funceme

Os dados coletados mostram diferenças significativas entre os açudes. Alguns apresentam boa qualidade da água, enquanto outros registram sinais de eutrofização, causada pelo excesso de nutrientes, que prejudica a oxigenação e compromete a vida aquática. O Curral Velho, por exemplo, apresentou altos níveis de clorofila e turbidez, indicando a necessidade de maior atenção ao controle de resíduos agrícolas e esgotos que chegam ao reservatório.

O Castanhão apresentou impactos claros da seca prolongada entre 2012 e 2017, que aumentou a eutrofização, mas registrou melhora com a retomada das chuvas a partir de 2018.

Castanhão. Foto: Reprodução Funceme

O sensoriamento remoto permite monitorar grandes áreas sem contato direto com a água. Sensores ópticos captam a radiação refletida pela superfície dos açudes, permitindo estimar parâmetros como clorofila-a, sedimentos em suspensão e turbidez. Esses dados são cruzados com medições presenciais e transformados em equações que permitem quantificar a qualidade da água diretamente nas imagens de satélite.

Segundo a coordenadora da Unidade de Estudos Básicos da Funceme, Clécia Guimarães, a tecnologia representa um avanço importante. A utilização de satélites como o Sentinel-2 possibilita observações quinzenais ou mensais, muito mais frequentes que o monitoramento convencional, realizado apenas a cada três meses.

Além de apoiar gestores públicos na tomada de decisão, o estudo oferece informações valiosas para pequenos produtores e comunidades locais, que podem avaliar a qualidade da água de açudes menores e adotar práticas sustentáveis.

Com o avanço do projeto, a Funceme pretende expandir a metodologia para todos os reservatórios monitorados e não monitorados do estado, fortalecendo a gestão hídrica e garantindo mais eficiência, prevenção e sustentabilidade no uso da água.

Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC

WhatsApp
Facebook
Twitter
Telegram
Imprimir