A governadora do Ceará Izolda Cela (sem partido) criticou, na manhã desta quarta-feira (28/12), os modelos de ensino militar e domiciliar. A futura secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC) afirmou que busca dialogar com apoiadores das causas, mas que acredita ser complicada a ampliação da educação vinculada a ideologias.
“A gente deve sempre chegar de forma respeitosa, e procurando compreender e inclusive interagir com os sistemas que têm, que tiveram e que apostaram nessa experiência. Eu acho muito complicado pensar numa proposta de grande escala vinculada a determinadas ideologias ou determinados valores”, disse a governadora. As declarações foram dadas durante entrevista ao Jornal Jangadeiro.
“Eu acho que nada justifica o comprometimento da gestão com uma expansão dessa em larga escala”, opinou sobre a expansão das unidades. Durante a gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), o número de escolas cívico-militares no Brasil chegou a 128, com 36 no Nordeste. A meta para o ano de 2023 era de que o quantitativo chegasse a 216.
Ensino Domiciliar
Sobre o ensino domiciliar, Izolda não poupou críticas sobre o modelo. “Eu sou muito crítica a essa proposta. Eu vejo que a escola é essencial para compartilhar com as famílias a educação e a formação dos jovens. […] Na escola, as crianças têm a oportunidade de aprender, claro, tanto as questões acadêmicas quanto a formação mais integral. Os valores, o respeito, e tantas coisas importantes que a gente pode aprender no meio dos outros”, declarou.
O projeto de regulamentação da educação domiciliar foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e era uma das prioridades dos primeiros 100 dias de seu governo. O homeschooling chegou a ser aprovado na Câmara dos Deputados em maio deste ano, mas continua em tramitação no Senado.