A retirada da Medida Provisória 1303/2025 da pauta do Congresso deve provocar repercussões políticas nos próximos dias. A proposta, que buscava substituir o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), foi rejeitada por parte da base aliada.
Segundo o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), pretende promover mudanças em cargos federais ocupados por parlamentares que votaram contra a MP. O parlamentar relatou, inclusive, ter recebido pedidos de intermediação de aliados que tentavam manter cargos estratégicos.

No Ceará, oito deputados votaram a favor da retirada da MP, incluindo Júnior Mano (PSB) e Luiz Gastão (PSD), ambos de partidos aliados. Moses Rodrigues (União Brasil), possível pré-candidato ao Senado, também seguiu essa orientação.
Ainda de acordo com José Guimarães, o presidente Lula teria se reunido com Gleisi e a orientou a “mexer no vespeiro da Caixa Econômica para começar”. Nesse caso, o parlamentar destacou que cargos de vice-presidências e superintendências estaduais são ocupados por indicações políticas, incluindo partidos como Republicanos, PDT, Rede, Podemos e PL. Inclusive o presidente da instituição, Carlos Antônio Vieira Fernandes, foi indicado pelo deputado federal Arthur Lira (PP).
Segundo o deputado federal José Airton Cirilo (PT), se algum parlamentar pretende votar contra o governo, o certo a se fazer seria entregar o cargo antes. “Não é justo nem correto quem tem cargo dentro do governo, votar contra o governo”, pontuou.
O deputado disse ainda que vai entrar em contato com o gabinete de Gleisi para marcar uma reunião o mais rápido possível com o intuito de abordar esse tema. Sobre a distribuição atual dos cargos, José Airton afirmou ser “extremamente injusta, incorreta e prejudicial a quem deu a vida para construir esse projeto”.
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