Nesta terça-feira (14/02) uma operação nacional resultou no cumprimento de um mandado de busca e apreensão em Fortaleza, além dos outros sete estados que também foram alvo da ofensiva. O Ministério Público do Ceará (MPCE) atuou no apoio à Operação Plata, que foi deflagrada no Rio Grande do Norte para investigar uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro proveniente de tráfico de drogas.
Com capilaridade nacional e internacional, o grupo está sendo investigado por ter movimentado o valor de R$ 23 milhões em compras de imóveis, fazendas, rebanhos bovinos e até mesmo igrejas. As investigações foram iniciadas em 2019, com o objetivo de apurar o tráfico de drogas e associação para o tráfico, além do crime de lavagem de dinheiro.

Ao todo, sete mandados de prisão e outros 43 de busca e apreensão foram cumpridos nos estados da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo. A ação contou com a participação nacional de 48 promotores de Justiça, 56 servidores e 248 policiais.
Entenda o esquema
De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), o esquema de lavagem de dinheiro já perdura por mais de duas décadas. O esquema é liderado por Valdeci Alves dos Santos, que foi condenado e atualmente está preso na Penitenciária Federal de Brasília. Seu irmão, Geraldo dos Santos Filho, também compõe o grupo e estava cumprindo pena por tráfico de drogas em regime semiaberto.
As investigações do MPRN apontam que os irmãos Valdeci e Geraldo ocultaram e dissimularam a origem de seus recursos provenientes do tráfico de drogas por meio do uso de laranjas recrutados de várias regiões do país. O lucro ilegal era lavado com a compra de imóveis, fazendas, automóveis, na abertura de mercados e igrejas. Segundo o órgão, Geraldo e sua esposa teriam aberto pelo menos sete igrejas evangélicas.
Além dos mandados de prisão e de busca e apreensão, houve a retenção do passaporte de um dos filhos de Valdeci e oito pessoas passarão usar tornozeleira eletrônica. A Justiça determinou também o bloqueio e indisponibilidade de bens até o limite de R$ 23.417.243,37 relacionados a 28 contas bancárias dos suspeitos.