No último dia 10 de setembro, uma mulher de 28 anos, foi morta a tiros nas proximidades do terreno ocupado no bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza. Assim, a suspeita é que advogados de uma empresa de compra e venda de imóveis teriam sido responsáveis pela contratação do grupo encapuzado que realizou a desocupação do local.
A informação sobre a contratação dessas pessoas é da defensora pública Elizabeth Chagas, que acompanha o caso. No total, 10 pessoas já foram ouvidas e documentos e equipamentos foram apreendidos para subsidiar as investigações.
De acordo com a defensora, parte dessas pessoas encapuzadas estavam armadas e teria a função de expulsar as famílias que invadiram o terreno. Outras integrantes do grupo estariam desarmados e seriam responsáveis pela limpeza da área após a desocupação. As informações da defensora têm base nos depoimentos prestados à Polícia Civil, que chegou aos nomes de um empresário e de um bombeiro militar, que seriam responsáveis pelo recrutamento do grupo, junto aos advogiados.
Elizabeth Chagas afirma que mais de 1.000 famílias participavam da ocupação. Conforme ela, o Grupo de Trabalho formado pela Defensoria Pública do Estado (DPE), pela Secretaria de Direitos Humanos do Estado, e pelos escritórios de direitos humanos da Câmara Municipal de Fortaleza e da Assembleia Legislativa, estará presente na comunidade ainda nesta semana para realização de um mapeamento sobre as condições de vida das famílias.
A empresa proprietária do terreno, a Fiotex, informou através de nota que “não compactua com atos de violência”. No texto, ainda afirma que a ação foi testemunhada por policiais militares e que ocorreu, inicialmente, de forma pacífica. Um grupo, porém, que seria de fora do terreno, teria arremessado pedras, “ateando fogo e realizando disparos contra todos que se encontravam no local e seus arredores”.
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