De acordo com os dados do Atlas da Violência, realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre os anos de 2013 e 2023, o Brasil teve uma redução de 20,3% no seu número de homicídios.
Quando se analisa as estatísticas desde 2017, que foi o ano mais violento na série histórica, com 65.602 óbitos, a queda no número de assassinatos chega a 30,2%. Apesar da melhora, o resultado ainda coloca o Brasil entre os países mais violentos do mundo.
No período de um ano, houve queda na taxa de homicídios em 17 das 27 unidades da federação. As regiões Norte e Nordeste concentraram os índices mais altos de letalidade, enquanto a região Sul e os estados de São Paulo e Minas Gerais tiveram as menores taxas.
Amapá, Rio de Janeiro e Pernambuco foram os estados que mais destoaram desta tendência. O Amapá teve um aumento de 88% na taxa de homicídio, entre 2013 e 2023. Em apenas um ano (2022 a 2023), o Amapá teve aumentos de mais de 40% tanto nos registros de homicídio quanto na taxa de ocorrências por 100 mil habitantes.
O Rio de Janeiro teve queda nos registros de mortes violentas ao longo dos 11 anos pesquisados nessa edição do Atlas, foi de 5.111 a 4.292 homicídios no período, redução de 16%, mas houve alta de assassinatos entre os anos de 2022 e 2023. Já em Pernambuco, apesar de haver queda nos homicídios na maior parte do período entre 2017 e 2022, houve aumento de 18% nos casos em uma década e 8% em um ano.
Ao mesmo tempo, os pesquisadores chamam atenção para o fato de que dois estados que vinham apresentando altos índices de letalidade, Amazonas e Bahia, tiveram reduções nos homicídios durante dois anos seguidos.
O envelhecimento da população, o pacto de não agressão entre as duas maiores facções criminosas do país (Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho) e mudanças importantes nas políticas de segurança pública de vários governos estaduais, segundo o estudo, explicam as quedas consecutivas nas estatísticas de mortes violentas.