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IBGE mostra que 12% dos cearenses vivem em ruas sem pavimentação

O IBGE divulgou novos dados do Censo Demográfico 2022, trazendo um retrato da infraestrutura urbana ao redor das residências brasileiras. A pesquisa urbanística do entorno dos domicílios, realizada em 340 mil setores censitários com características urbanas, analisou aspectos como pavimentação, iluminação pública, presença de bueiros, calçadas, rampas para cadeirantes, pontos de ônibus e arborização.

No Ceará, o levantamento contemplou 2,3 milhões de domicílios, com 99,7% deles tendo o entorno efetivamente pesquisado. O estudo mostra que, embora avanços importantes tenham ocorrido, persistem desafios relacionados à acessibilidade e mobilidade urbana, especialmente para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Vias Públicas

Entre os dados observados, destaca-se a capacidade de circulação das vias. O estudo classifica as ruas em quatro categorias: vias que comportam ônibus e caminhões; aquelas para carros e vans; as acessíveis apenas a motos, bicicletas e pedestres; e, por fim, as aquavias, comuns em áreas ribeirinhas.

Em muitas regiões urbanas do Brasil e também no Ceará, ainda há ruas com passagem limitada apenas a pedestres e motos, o que dificulta a circulação de ambulâncias, caminhões de coleta de lixo e transporte público. A nível nacional, esse índice chega a quase 3%. No Ceará, o percentual aumenta para 3,1%.

IBGE mostra que 12% dos cearenses vivem em ruas sem pavimentação
Foto: Reprodução/Amanda Oliveira

Outro ponto analisado pelo IBGE foi a pavimentação das vias. No geral, o Brasil avança nesse quesito, mas muitas cidades, especialmente nas periferias, ainda enfrentam dificuldades. Entre os desafios, ruas de barro, com buracos e sem drenagem adequada, o que intensifica os problemas em dias de chuva.

A pavimentação foi avaliada com base na predominância: se mais da metade da rua tiver algum tipo de calçamento – seja asfalto, cimento ou paralelepípedo – ela entra como positiva. No Ceará, 88% da população vive em vias pavimentadas. A média é a mesma do Brasil. Em contrapartida, 12% ainda moram em ruas de terra, o que compromete a mobilidade.

Iluminação Pública

A iluminação pública também foi analisada pelo levantamento. No entanto, a pesquisa não se preocupou com o estado da lâmpada ou se o poste estava funcionando, mas apenas com a presença de pontos de luz. No Ceará, grande parte das ruas urbanizadas têm postes de iluminação, com um total de 98,2%. O percentual é superior ao nacional, registrado em 97,5%.

Acessibilidade

As calçadas foram um dos pontos que mais chamaram a atenção na pesquisa. O IBGE avaliou se existia espaço mínimo para a circulação de um pedestre (cerca de 80 cm), com conexão entre pelo menos dois lotes. A partir daí, investigou também se havia obstáculos permanentes como postes mal colocados, rampas de garagem irregulares e árvores no meio do caminho.

No Ceará, a falta de padronização das calçadas é um problema, prejudicando especialmente idosos, pessoas com deficiência e com carrinhos de bebê. Ao todo, são 10,8% de vias com calçadas ou passeios sem obstáculos no estado. Nesse sentido, Itapipoca figura entre os menores índices, com 4,5%. No Brasil, esse percentual sobre para 18,8%.

IBGE mostra que 12% dos cearenses vivem em ruas sem pavimentação
Foto: Divulgação/Ministério Público do Ceará

A presença de rampas para cadeirantes foi outro dado levantado. Segundo o estudo do IBGE, muitas calçadas simplesmente não possuem rebaixamento adequado. No Ceará, apenas 7,1% dos trechos de vias possuem rampa, enquanto no Brasil a porcentagem é de 15,2%.

Os ciclistas também enfrentam dificuldades: no Ceará são 3,2% das vias sinalizadas e no Brasil, 1,9%. No território cearense, Fortaleza se destaca entre os maiores percentuais de sinalização para bicicletas, com 5,5%

Arborização

A porcentagem da arborização também foi analisada, já que ajudam a reduzir a temperatura, melhorar a qualidade do ar e até prevenir enchentes. A pesquisa contabilizou a quantidade de árvores visíveis em cada face de quadra. No Ceará, que enfrenta temperaturas altas praticamente o ano todo, a presença de sombra natural é um diferencial de qualidade de vida. No entanto, a presença de árvores ainda é escassa em muitas áreas urbanas.

IBGE mostra que 12% dos cearenses vivem em ruas sem pavimentação
Foto: Reprodução/Arkpad

No estado, 30,8% das áreas pesquisadas não possui árvores. Outros 20,8% possui de uma a duas árvores, enquanto 14% possui de três a quatro árvores por face de quadra. Ao todo, a área arborizada corresponde a 68,9%. Em se tratando do Brasil, o percentual de arborização corresponde a 66%.

Bueiro e Boca de Lobo

Ferramentas importantes na infraestrutura urbana, bueiros e bocas de lobo atuam na drenagem da chuva, evitando alagamentos e acúmulos de água. Além disso, auxiliam no escoamento de poças, o que reduz casos de aquaplanagem e proliferação de mosquitos e vetores de doenças.

No Ceará, o índice de vias com bueiros e bocas de lobo ainda é baixo, com apenas 20,9% identificados pela pesquisa. Entre os menores percentuais no estado está Juazeiro do Norte, com 15,2%. No Brasil, o percentual mais do que dobra, atingindo 53,7%.

Transportes Coletivos

Em se tratando da existência de pontos de ônibus e/ou vans, o Ceará atingiu 5,8% da presença dos equipamentos no entorno de domicílios particulares. Em todo o Brasil, a porcentagem é de 8,8%.

A pesquisa do IBGE revelou, ainda, os menores percentuais de trechos de vias com pontos de ônibus ou vans. No Ceará, o destaque negativo foi para Itapipoca, onde foi registrado 0,4%.

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