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Idosos que viviam em hospitais de Fortaleza são levados para ILPI em Maranguape

Foto: Reprodução

A Prefeitura de Fortaleza iniciou na última quinta-feira, 11, o processo de desospitalização de 20 idosos que estavam em unidades de saúde da Capital. Os pacientes permaneciam internados mesmo com melhora no estado de saúde, já que, sem contato com os familiares, não tinham para onde ir após a alta hospitalar.

Todos os 20 idosos estão sendo transferidos para o Instituto dos Pobres, Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) no município de Maranguape, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A ação é conduzida pela Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa e com o Ministério Público (MPCE).

Até o momento, apenas um idoso, que estava internado na Santa Casa de Misericórdia, já foi acolhido no novo lar. Outros oito novos moradores devem chegar na próxima semana, e os demais, até o dia 31 de dezembro.

O promotor de Justiça do Idoso do Ceará, Alexandre Alcântara, esclarece que o trabalho teve início ainda no ano de 2024, quando MPCE e Prefeitura de Fortaleza identificaram 48 idosos que continuavam internados nos hospitais por não terem para onde ir. Após contato com as famílias, 28 pacientes conseguiram retornar ao lar, enquanto os 20 restantes terão a estadia custeada pela gestão municipal na ILPI de Maranguape.

Ainda conforme Alcântara, as transferências têm o objetivo de retirar os idosos do ambiente hospitalar, que pode ser prejudicial a eles, oferecer uma melhor qualidade de vida e liberar vagas de internação no sistema público de saúde.

“Essa situação é ruim para o sistema de saúde porque ocupa vagas com pessoas que não precisam estar no hospital, é horrível para a pessoa idosa porque ali é um lugar inclusive perigoso de contaminação… não é um lugar para a pessoa estar morando. E socialmente isso é muito ruim. O que temos que fazer é trabalhar equipamentos socioassistenciais para que essas pessoas tenham um lar”, pontua o promotor.

Devido aos históricos de vulnerabilidade das famílias e a problemas de cunho pessoal que os afastaram dos parentes, os 28 idosos que retornaram ao convívio familiar também continuarão sendo acompanhados por equipes do MPCE e da Prefeitura de Fortaleza, com o objetivo de identificar eventuais situações de maus-tratos.

“Alguns realmente eram pessoas que viviam em situação de rua e outros têm família mas têm os vínculos totalmente fragilizados, e que mesmo depois de uma conversa e da atuação das equipes da assistência social foi identificado que essas famílias realmente não tinham como acolher essas pessoas idosas”, explica a coordenadora de Políticas para a Pessoa Idosa de Fortaleza, Vejuse Alencar.

A Prefeitura ainda atua para identificar o número total de idosos que se encontram nessa situação na cidade. Esse levantamento está sendo realizado pela Rede Municipal de Direitos da Pessoa Idosa (Remudipi) desde outubro passado.

“Para esse levantamento é necessário um fluxo de atendimento, que o serviço social de cada unidade hospitalar, seja municipal ou estadual, deve realizar busca ativa de familiares. Caso não haja vínculos e o idoso apresente grau 3 de dependência (necessitando de cuidados integrais) ele será encaminhado para uma ILPI”, afirmou a SDHDS, em nota.

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