
O Ceará contabilizou 3.699 registros de incêndios em setembro, conforme dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE). O mês marca o começo do período mais quente do ano, que vai até dezembro e é caracterizado por temperaturas elevadas e clima seco, condições que favorecem a disseminação do fogo em áreas de vegetação.
Nos primeiros nove dias de outubro, até a quinta-feira (9), já foram registradas 396 ocorrências de incêndio. De acordo com o relatório da corporação, setembro de 2024 havia registrado 4.102 casos, enquanto no mesmo mês de 2023 foram 4.333 notificações.
Entre os municípios com mais registros em setembro, Fortaleza liderou com 1.397 ocorrências. Em seguida estão Caucaia (274), Sobral (188), Juazeiro do Norte (165), Maracanaú (128), Crato (124), Eusébio (106), Itapipoca (91), Iguatu (79) e Crateús (67).
Além dos incêndios, o estado também registrou 12 mil focos de calor no mesmo período, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que detecta a temperatura nos pontos analisados e pode auxiliar na identificação de áreas com potencial de fogo.
Dos 184 municípios cearenses, 179 tiveram registros. Os maiores números foram observados em Aracati (1.177 focos), Sobral (635) e Forquilha (537). Entre os dias 1º e 8 de outubro, a Funceme detectou 4.295 novos focos de calor em todo o estado.
Redução nacional
Mesmo com o avanço das altas temperaturas e da baixa umidade em várias regiões do Brasil durante setembro e outubro, o número de focos de incêndio diminuiu em comparação com o ano anterior. Houve uma redução de 61% nas ocorrências. De janeiro a outubro de 2024, foram contabilizados mais de 218 mil focos, enquanto, no mesmo período deste ano, o total ficou em torno de 85 mil.
Apesar da queda geral, dois biomas registraram aumento nas queimadas: no Pampa, o crescimento foi de 72%, e na Caatinga, de 26%.
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipam) mantém o alerta sobre o perigo de incêndios e queimadas em todo o país. Por conta disso, estados como Mato Grosso do Sul e São Paulo estenderam a suspensão da queima controlada. A medida inclui a queima da palha de cana-de-açúcar, queimadas agrícolas e aquelas feitas para controle de pragas, com o objetivo de conter o avanço do fogo nas zonas rurais.
Caso recente
Um incêndio atingiu a Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra das Almas, no município de Crateús, a 355 quilômetros de Fortaleza. A ocorrência mobilizou equipes da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará em uma operação que durou três dias seguidos.
A ação contou com o uso de aeronaves, equipamentos específicos e técnicas de alta complexidade para conter as chamas que se espalharam pela vegetação da área protegida.
Durante a operação, os bombeiros fizeram cerca de 60 lançamentos aéreos, totalizando aproximadamente 30 mil litros de água despejados sobre a região atingida. O esforço conjunto das equipes foi essencial para controlar o avanço do incêndio e minimizar os danos ambientais provocados. As causas do incêndio ainda estão sendo investigadas pelos órgãos competentes.