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Incentivos fiscais devem crescer cerca de 80% no Ceará

É esperado que haja um aumento de 82,19% nos incentivos fiscais concedidos a empresas no Ceará, passando de R$ 1,40 bilhão em 2015 para uma estimativa de R$ 2,56 bilhões em 2025. Esses valores são referentes à renúncia de parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com o objetivo de impulsionar setores e atrair novos investimentos.

A maior parte dos incentivos fiscais no Ceará, cerca de R$ 2,28 bilhões, ou 98,3% do total, é direcionada à indústria, segundo um estudo da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) realizado em 2024. Este estudo aborda tanto aspectos positivos quanto negativos desse cenário, incluindo o fomento à economia e a potencial perda de arrecadação tributária, além do déficit fiscal em algumas regiões do país.

Em 2023, as renúncias fiscais no Ceará totalizaram R$ 2,32 bilhões, com a indústria sendo o setor mais beneficiado, totalizando R$ 2,28 bilhões, o que corresponde a 98,3% do montante. O restante, equivalente a 1,73%, foi direcionado ao comércio, somando R$ 40,13 milhões.

Um dos desafios identificados é referente à distribuição intermunicipal desses benefícios. Em Fortaleza, 81,8% dos incentivos, aproximadamente R$ 1,9 bilhão, estão concentrados. Segundo especialistas, isso pode causar “desequilíbrio territorial” na distribuição dos incentivos.

Incentivos fiscais devem crescer cerca de 80% no Ceará
Foto: Ascom SDE

No entanto, Fabrízio Gomes garante que não há desigualdade nos benefícios fiscais no Ceará. Ele destaca os investimentos constantes no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, que inclui a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) em São Gonçalo do Amarante, além de indústrias em municípios como Itaitinga, Sobral, Juazeiro do Norte, e Iguatu.

Paulo Pontes, analista de políticas públicas do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), explica que a indústria, sendo a principal beneficiária dos incentivos estaduais, necessita estar próxima de fornecedores e de rotas logísticas. Esse fato justifica a concentração em torno da Grande Fortaleza.

A indústria lidera como o setor mais favorecido pelas renúncias fiscais, recebendo 37,79% do total, seguida pelo comércio com 20,13% e pela agricultura com 16,70%. O crédito presumido é a forma mais utilizada, representando 40,77% das renúncias, seguido pela redução da base de cálculo (22,17%), isenção fiscal (6,66%) e crédito outorgado (5,30%).

Em 2023, os benefícios fiscais corresponderam a 1,32% do Produto Interno Bruto (PIB) dos estados, sendo cerca de 0,7% no Ceará. Além disso, 21,58% da receita federal foi renunciada em incentivos fiscais, enquanto no Ceará essa porcentagem foi de 7,20%.

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