Entre maio e junho, a produção industrial do Brasil cresceu 4,1%, com uma sequência de dois meses com taxas negativas, durante os quais acumulou uma perda de 1,8%. Esse aumento foi o mais expressivo desde julho de 2020, quando a alta foi de 9,1%. Com este resultado, a indústria superou o nível pré-pandemia, estando 2,8% acima de fevereiro de 2020, embora ainda esteja 14,3% abaixo do pico registrado em maio de 2011. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (02/08) pelo IBGE, por meio da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).
Em junho, dos 25 setores avaliados, 16 apresentaram crescimento. Os destaques foram: coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+4,0%); produtos químicos (+6,5%); produtos alimentícios (+2,7%); e indústrias extrativas (+2,5%).
O setor de produtos químicos reverteu uma queda de 2,7% em maio, refletindo uma recuperação após interrupções causadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, que afetaram a produção. No setor de produtos alimentícios, que representa cerca de 15% da indústria brasileira, houve crescimento na produção de itens como açúcar, produtos derivados de soja, suco de laranja e carnes de aves. Já as indústrias extrativas mostraram expansão em seus principais produtos, minério de ferro e petróleo.
Além dos setores mencionados, contribuições positivas foram registradas em metalurgia (+5,0%); veículos automotores, reboques e carrocerias (+3,1%); bebidas (+3,5%); máquinas e equipamentos (+2,4%); produtos do fumo (+19,8%); e celulose, papel e produtos de papel (+1,6%). Em contraste, nove atividades apresentaram queda na produção. São eles outros equipamentos de transporte (-5,5%); artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-4,1%); impressão e reprodução de gravações (-9,1%); e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,7%).
Comparando com junho de 2023, a indústria cresceu 3,2% em junho de 2024. Este crescimento foi observado em todas as grandes categorias econômicas, 18 dos 25 ramos, 44 dos 80 grupos e 52% dos 789 produtos analisados. As principais contribuições positivas foram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+4,3%); produtos farmoquímicos e farmacêuticos (+17,5%); produtos alimentícios (+2,4%); veículos automotores, reboques e carrocerias (+5,9%); e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (+18,4%)
Entre os sete setores com redução na produção, a impressão e reprodução de gravações teve a maior influência negativa, com uma queda de 22,8%, impactada pela menor produção de papel-moeda e impressos diversos. Outras reduções importantes foram observadas na confecção de artigos do vestuário e acessórios (-5,0%) e produtos diversos (-6,9%).
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