A Pesquisa Industrial Anual do IBGE revelou os principais dados sobre a atividade industrial no Ceará ao longo de 2023. Segundo o levantamento, o estado alcançou o maior número de unidades industriais com cinco ou mais empregados desde 2014, totalizando 5,9 mil empresas — um crescimento de 9% em relação ao período pré-pandemia (2019).
No mesmo período, essas indústrias empregaram 244,7 mil pessoas, representando um aumento de 0,8% frente a 2022 e de 10,5% em comparação a 2019. Apesar do avanço recente, o número ainda é 0,8% inferior ao registrado em 2014.
A atividade de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, calçados e artigos para viagem continua sendo a principal empregadora do setor industrial cearense, reunindo 26,1% da força de trabalho. Ainda assim, esse mesmo segmento foi o que mais perdeu participação no valor de transformação industrial (VTI) nos últimos dez anos, com recuo de 5,2 pontos percentuais.
Receita em alta
Em 2023, a indústria do Ceará gerou R$ 95,7 bilhões em receita líquida de vendas (RLV). Desse total, R$ 94,8 bilhões foram oriundos das Indústrias de Transformação, enquanto R$ 980 milhões vieram das Indústrias Extrativas. O valor de transformação industrial somou R$ 33,2 bilhões, sendo 98,4% relacionado às atividades de transformação.
O setor também injetou R$ 7,3 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. O salário médio mensal ficou em 1,7 salário mínimo, valor semelhante ao registrado em anos anteriores.
Mudança na estrutura produtiva
Ao longo da última década, houve uma reconfiguração da participação dos setores industriais na geração de receita. Um dos destaques foi a metalurgia, que aumentou sua participação na RLV em 10,7 pontos percentuais, alcançando 14,9% em 2023. Já a fabricação de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis, mesmo liderando o ranking da receita com 19,5%, perdeu representatividade em relação a 2014, quando respondia por 29,7% da RLV.
As quatro atividades com maior VTI concentraram 57,8% da produção industrial do estado. A fabricação de produtos alimentícios liderou esse grupo, com 16,9% do total.
Emprego cresce, mas não recupera nível de 2014
Pelo terceiro ano consecutivo, a indústria cearense ampliou sua força de trabalho. Entre 2022 e 2023, foram criados 23,5 mil postos de trabalho, o que representa uma alta de 10,6%. Contudo, ainda há um déficit de 2 mil empregos em comparação a 2014.
A indústria alimentícia foi a que mais avançou no número de trabalhadores nos últimos dez anos, saltando de 32,9 mil para 38,2 mil pessoas ocupadas — um crescimento de 16%. Em relação a 2022, foram 454 novas contratações no setor.
Produtos em destaque
A pesquisa também destacou os produtos que mais contribuíram para a atividade industrial cearense em 2023. No topo do ranking aparecem:
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Lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono
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Tecidos de algodão “denim” com fios tingidos em índigo blue
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Partes e peças para geradores
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Herbicidas e reguladores de crescimento para plantas
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Tênis masculino para uso casual
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