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Indústria farmacêutica avança 5% e amplia relevância no setor

O setor farmacêutico brasileiro encerrou o primeiro semestre de 2025 com um avanço de 5% nas vendas de medicamentos em relação ao mesmo período de 2024. Foram mais de 5,7 bilhões de embalagens comercializadas, das quais 78% fabricadas no território nacional, confirmando a força da produção interna na área.

Foto: Reprodução

O crescimento foi impulsionado não apenas pelo aumento na quantidade de unidades vendidas, mas também pelos ajustes de até 5% nos preços autorizados no início do ano. Com isso, o faturamento da indústria chegou a R$ 138,3 bilhões, representando uma elevação de 11,5% em comparação ao ano anterior.

De acordo com levantamento feito pela Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), com base em dados do IQVIA e do Ministério da Saúde, os medicamentos genéricos e similares continuam sendo os principais impulsionadores da indústria local. Entre janeiro e junho, foram comercializadas 2 bilhões de unidades de genéricos e 2,1 bilhões de similares, em contraste com os 305 milhões de medicamentos de referência, segmento ainda liderado por empresas estrangeiras.

Nos últimos 25 anos, o mercado farmacêutico nacional registrou um aumento de 180% em unidades vendidas, sendo 19% apenas desde 2020. A criação da lei dos genéricos, em 1999, foi um marco histórico: em 2000, existiam menos de 5 mil registros de medicamentos na Anvisa. Atualmente, o número ultrapassa 17 mil produtos.

A distribuição de mercado também mudou de forma expressiva. No início dos anos 2000, laboratórios nacionais e internacionais dividiam igualmente o volume de vendas. Hoje, as empresas brasileiras são responsáveis por 80% do setor, enquanto as multinacionais se concentram nos medicamentos de referência, com expectativa de queda de participação para 10% até 2030.

“O desempenho da indústria nacional demonstra a relevância dos genéricos e similares como pilares de acesso e sustentabilidade para o sistema de saúde brasileiro”, afirma Henrique Tada, presidente executivo da Alanac. “São os laboratórios locais que sustentam a maior parte das embalagens que chegam às farmácias e hospitais do país.”

O Sistema Único de Saúde (SUS) permanece como o principal comprador do setor, respondendo por 74% da demanda total de genéricos e similares no Brasil. A previsão é de uma nova fase de expansão até 2030, quando cerca de 1.500 patentes devem expirar, abrindo espaço para a introdução de novos produtos genéricos e similares no mercado. Tada destaca que o papel do setor é estratégico: “O desafio está em conciliar acesso, qualidade e políticas de inovação que permitam ao país avançar como produtor e exportador de tecnologia farmacêutica.”

O balanço das últimas duas décadas e meia do setor será apresentado nesta terça-feira (26), em Brasília, durante o seminário Difan, um fórum dedicado ao desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional. O evento reunirá representantes da indústria, autoridades públicas e pesquisadores para debater iniciativas que fortaleçam o setor, que já se consolidou como essencial no abastecimento do mercado interno e agora busca avançar em inovação e exportação de tecnologia.

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