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Indústria registra produção estável e queda no emprego em setembro

O desempenho da indústria brasileira no terceiro trimestre de 2025 apresenta sinais de enfraquecimento, segundo a Sondagem Industrial, divulgada nesta segunda-feira (20/10) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Conforme os dados, a produção permaneceu praticamente estável em setembro, enquanto os estoques cresceram e o número de trabalhadores diminuiu. A demanda interna abaixo do esperado é apontada como um dos principais fatores para o cenário.

Em setembro, o índice de evolução da produção industrial registrou 50,1 pontos, indicando estabilidade em relação a agosto e se posicionando como próximo da linha divisória de 50. O indicador de emprego, por sua vez, caiu para 48,9 pontos. Historicamente, setembro costuma apresentar crescimento, exceto em 2023.

Indústria registra produção estável e queda no emprego em setembro
Foto: Jim Young/AFP/JC

O índice de evolução do indicador alcançou 50,8 pontos, enquanto o estoque efetivo em relação ao usual subiu para 50,7 pontos. Isso indica que o volume armazenado superou o planejado. O setor industrial operou com 70% da capacidade instalada, dois pontos abaixo do nível registrado em setembro de 2024.

“É importante notar que esse acúmulo dos estoques indesejados aconteceu mesmo com uma queda da produção. Isso é um sinal que a demanda surpreendeu negativamente os empresários, pois veio mais fraca ainda do que os empresários anteciparam”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

Situação Financeira

No terceiro trimestre, o índice de satisfação com a situação financeira das indústrias subiu de 48,4 para 48,9 pontos, sinalizando uma melhora discreta. No entanto, ainda abaixo da linha de 50 pontos. O lucro operacional também teve pequena recuperação, passando de 42,8 para 43,6 pontos.

Indústria registra produção estável e queda no emprego em setembro
Foto: Reprodução

Em relação ao acesso ao crédito, este segue restrito, com o indicador avançando levemente de 39,9 para 40,3 pontos, se mantendo em nível baixo. O ritmo de alta nos custos de produção diminuiu, refletido na queda de 1,8 ponto no índice de preços das matérias-primas, que ficou em 55,2.

“As condições financeiras da indústria seguem em sua maioria bastante negativas. Elas até melhoraram um pouco na passagem do segundo para o terceiro trimestre, mas ainda é uma insatisfação muito grande com relação às margens de lucro. Esses índices ainda seguem bastante baixos”, explicou.

Carga Tributária e Expectativas

Os empresários continuam apontando a carga tributária elevada como o principal obstáculo, sendo citado por 37,8% dos entrevistados. Também foram mencionadas a demanda interna insuficiente (28,8%) e as altas taxas de juros (27,3%). Outros problemas incluem a falta ou o custo elevado de trabalhadores qualificados (22,9%) e a competição desleal (19,1%).

Indústria registra produção estável e queda no emprego em setembro
Foto: Reprodução

As projeções para exportações cresceram dois pontos, chegando a 48,6, permanecendo abaixo da linha de 50, o que indica uma desaceleração menor na queda esperada para as vendas externas. Em contraste, as expectativas para emprego e compras de matérias-primas recuaram, para 49,3 e 51 pontos, respectivamente.

O otimismo com a demanda interna apresentou um leve avanço, passando de 52,3 para 52,5 pontos. O índice de intenção de investimento também apresentou crescimento, subindo de 54,4 para 54,8 pontos, recuperando parcialmente as perdas registradas desde dezembro de 2024.

Metodologia

A pesquisa entrevistou 1.423 empresas, distribuídas entre 592 pequenas, 494 médias e 337 grandes. Os dados foram recolhidos no período de 1º a 10 de outubro de 2025.

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