A inflação perdeu ritmo em outubro e registrou o menor resultado para o mês em 26 anos. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (11/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 0,09%. O número representa desaceleração de 0,39 ponto percentual em relação a setembro, quando o índice havia subido 0,48% pressionado pela conta de luz.
O resultado veio abaixo das projeções do mercado, que estimavam alta entre 0,10% e 0,16%, e é o menor índice para outubro desde 1998, quando foi registrado 0,02%. Com o desempenho, a inflação acumula alta de 3,73% em 2025 e 4,68% nos últimos 12 meses. Em outubro do ano passado, a inflação havia sido de 0,56%.

Grande parte do alívio vem da redução no custo da energia elétrica residencial, que caiu 2,39% no mês e exerceu o principal impacto negativo sobre o índice, com influência de -0,10 ponto percentual. A mudança na bandeira tarifária, que passou do vermelho patamar 2 para o patamar 1, reduziu o valor adicional cobrado nas contas: de R$ 7,87 para R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
Além da energia, outros itens ajudaram a conter a inflação. São eles, os aparelhos telefônicos (-2,54%) e o seguro de automóveis (-2,13%).
Energia e Alimentos
O grupo Habitação, que inclui energia elétrica, foi o principal responsável pela desaceleração geral, ao registrar recuo de 0,30%. Em sentido contrário, o grupo Vestuário liderou as altas do mês, com aumento de 0,51%, o que representou contribuição de 0,02 ponto percentual no índice total. No mês anterior, a variação havia sido de 0,63%.

A variação dos grupos que compõem o IPCA em outubro foi a seguinte:
- Alimentação e bebidas: 0,01%
- Habitação: -0,30%
- Artigos de residência: -0,34%
- Vestuário: 0,51%
- Transportes: 0,11%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,41%
- Despesas pessoais: 0,45%
- Educação: 0,06%
- Comunicação: -0,16%
O grupo Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no cálculo da inflação, registrou estabilidade, com alta de apenas 0,01%, encerrando uma sequência de quedas. Conforme o IBGE, esse é o menor resultado para o mês desde 2017, quanto atingiu -0,05%.

Dentro da cesta de alimentos, a alimentação no domicílio recuou 0,16%, puxada pela redução nos preços do arroz (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%). Em contrapartida, houve altas na batata-inglesa (8,56%) e no óleo de soja (4,64%). A alimentação fora de casa, por sua vez, subiu 0,46% após alta de 0,11% em setembro. O aumento foi impulsionado por lanches (0,75%) e refeições (0,38%).
De acordo com Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE, a queda da energia somada à estabilidade dos alimentos foi decisiva para a desaceleração. “A título de ilustração, o resultado do índice de outubro sem considerar o grupo dos alimentos e a energia elétrica ficaria em 0,25%”, afirmou.
Vestuário, Serviços e Saúde
Apesar da desaceleração geral, alguns grupos continuaram em alta. O setor de Saúde e cuidados pessoais avançou 0,41%, sendo um dos que mais contribuíram para o resultado do mês. O aumento foi impulsionado por produtos de higiene pessoal (0,57%) e planos de saúde (0,50%).

O grupo Despesas pessoais também teve variação positiva de 0,45%, com destaque para os preços de empregado doméstico (0,52%) e pacote turístico (1,97%). Já o grupo Vestuário, com variação de 0,51%, foi influenciado principalmente pelos preços de calçados e acessórios (0,89%) e de roupas femininas (0,56%).
Nos Transportes, o índice subiu 0,11%, refletindo a alta das passagens aéreas (4,48%) e dos combustíveis (0,32%). O óleo diesel foi o único combustível com queda (-0,46%), enquanto o etanol (0,85%), o gás veicular (0,42%) e a gasolina (0,29%) tiveram aumento.
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