A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) registrou variação de 0,25% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) no mês de julho, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O acumulado do ano chegou a 3,39%, percentual inferior à média nacional de 3,40%.
Apesar da desaceleração, o impacto nas famílias de baixa renda permanece, especialmente diante dos aumentos em setores considerados essenciais e com despesas difíceis de serem reduzidas. Entre os nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE, sete apresentaram alta de preços.
As únicas retrações foram registradas nos grupos Alimentação e bebidas (-0,58%) e Vestuário (-0,15%). A queda no preço dos alimentos foi impulsionada por reduções em itens como maracujá (-25,41%), laranja (-13,78%), cebola (-13,3%) e cenoura (-13,03%).

O levantamento também identificou elevações em segmentos essenciais. O grupo Saúde e Cuidados Pessoais teve alta de 1%, puxada por medicamentos anti-inflamatórios e antirreumáticos (3,16%) e remédios de uso neurológico (3,75%). Já os Artigos de Residência subiram 0,87%, com destaque para itens como TV (4,65%), máquina de lavar (2,33%) e ar-condicionado (2,15%).
No grupo de Despesas Pessoais, os maiores aumentos foram observados em hospedagem (5,08%), cinema e teatro (4,48%), jogos de azar (3,34%) e produtos para cabelo (3,1%). Para a população de menor renda, esses bens e serviços fazem parte dos chamados “gastos incomprimíveis”. Ou seja, despesas que não podem ser facilmente eliminadas do orçamento, mesmo em períodos de inflação elevada.
O cenário também evidencia o desafio do acesso à alimentação nutritiva. Embora os alimentos in natura tenham apresentado queda nos preços, o consumo de frutas, proteínas e laticínios segue condicionado à renda. Analisando a elasticidade-renda, produtos como arroz e feijão mantêm demanda mesmo em períodos de crise, enquanto itens mais saudáveis são os primeiros a serem descartados do orçamento.
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