A crise política vivida pelo município de Iguatu, a 350km de Fortaleza, tem reflexo direto na parte administrativa da cidade. Com as idas e voltas do prefeito Ednaldo Lavor, parte da classe trabalhadora passou a ser desassistida. Um exemplo claro e recente envolve os vigilantes locais, que ameaçam uma paralisação diante do atraso de salários.
De acordo com divulgação de Dauyzio Alves, um dos representantes do Sindicato Geral dos Servidores, a categoria já definiu os encaminhamentos da possível paralisação. Em reunião com o prefeito de Iguatu, os profissionais não foram convencidos pelas promessas do gestor. “Ednaldo falou as desculpas dele e ninguém acreditou. Disse que o pagamento poderia sair até o dia 10, mas que isso não era uma certeza”, revelou.
Segundo Dauyzio Alves, os servidores estão cumprindo regras determinadas em reunião antes de paralisar as atividades. Segundo o grupo, as atitudes de Lavor irão definir se será declarada uma greve imediata ou um estado de greve.
Entenda as condições
Os salários estão atrasados desde o dia 5 de janeiro. Se o pagamento for realizado até o dia 12, os servidores irão declarar estado de greve. Isso significa dizer que daqui pra frente, diante de um dia de atraso, os servidores já podem deflagrar a paralisação de forma imediata.
Caso o prefeito não pague o atraso até o dia estabelecido pelos servidores, a categoria irá paralisar as atividades de forma imediata.
Instabilidade política
Antes do retorno de Ednaldo Lavor à Prefeitura, Iguatu era comandado pelo vereador Ronald Bezerra. Presidente da Câmara Municipal, o político rompeu com Lavor e saiu da base governista.
A crise foi enfatizada após Ednaldo Lavor realizar uma live em seu perfil numa rede social. Em conversa com os internautas, o prefeito de Iguatu admitiu que a saúde financeira do município está comprometida. No entanto, a culpa foi atribuída ao prefeito interino.
Todo esse desfecho teve início em 2020, quando o Tribunal Superior Eleitoral decidiu por afastar Ednaldo e o seu vice, Franklin Bezerra, da administração de Iguatu. Ambos foram acusados de abuso de poder político. No dia 3 de janeiro, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, decidiu autorizar o retorno de Lavor ao poder.