Levando em conta a contribuição da educação na reintegração social de pessoas encarceradas, a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), junto à Secretaria de Educação do Estado, promove ações que oferecem novas oportunidades. Uma das iniciativas é a inclusão de internos do sistema prisional do Ceará na 19ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).
Responsável pela educação nas unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza, a EEFM Aloísio Leo Arlindo Lorscheider inscreveu cerca de 700 internos do ensino médio e dos anos finais da educação básica na OBMEP, em parceria com a coordenadoria de educação da SAP. Dentre esses alunos, 29 conseguiram a pontuação necessária para avançar à segunda fase da competição, representando cinco unidades prisionais.
A OBMEP, sob a organização do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), tem como objetivo estimular o aprendizado da matemática, identificar novos talentos e contribuir para a melhoria da educação básica, promovendo a inclusão social. A competição é destinada a alunos do 6º ano do Ensino Fundamental até o último ano do Ensino Médio e é composta por duas fases: uma prova objetiva e outra discursiva.
Em relação à importância da participação dos internos, Rodrigo Moraes, coordenador de educação da SAP, comemorou os resultados. “Estamos muito orgulhosos dos nossos estudantes que conseguiram se classificar para a segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática. Esse resultado é um reflexo do esforço e da dedicação deles, além de evidenciar a importância da educação na reintegração social. Cada conquista desses jovens não só eleva sua autoestima, mas também mostra que, com oportunidade e apoio, é possível superar desafios e construir um futuro mais promissor”, comentou.
Por sua vez, Emanuel Barreto, coordenador pedagógico da EEEFM Aloísio Leo Arlindo Lorscheider, celebrou o sucesso dos estudantes. “A educação é uma ferramenta poderosa para a reinserção social. Os estudantes têm a chance de ampliar seus horizontes e perspectivas, aumentando suas chances de reintegração à sociedade. O envolvimento em atividades educacionais desafiadoras pode ajudar a combater o estigma associado à vida dentro das prisões. Mostrar que os internos podem se destacar academicamente contribui para uma visão mais positiva sobre a reabilitação”, disse.
Antônio Luís Nascimento, interno da Unidade Prisional Vasco Damasceno Weyne (UP-Itaitinga5), compartilhou suas impressões sobre a experiência e afirmou que deseja alçar voos mais altos. “Estou me dedicando e estudando intensamente na unidade para também garantir o sucesso na segunda etapa. Conquistei meu certificado e finalizei os estudos aqui, mas espero que essa seja apenas uma das muitas oportunidades que virão. Estou ansioso para alcançar ainda mais do que espero”, externou.
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