Com o objetivo de evitar erros em ambientes hospitalares, a médica alergologista Lorena Madeira desenvolveu um dispositivo que alerta os profissionais de saúde sobre a alergia dos pacientes. A ferramenta emite sinais sonoros, luminosos e textuais com as informações em tempo real.
Intitulado AlertAlergo, o projeto foi aprovado no ano de 2023 em um edital da CriarCE Hard, empresa ligada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece). Recentemente, a iniciativa recebeu um investimento de R$ 1,4 milhão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com o potencial de ser integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Lorena, atualmente, os pacientes costumam portar laudos ou carteiras de papel, que muitas vezes não são suficientes para garantir que os profissionais da saúde recebam as informações de forma eficaz. Com isso, há quem opte por métodos alternativos, como tatuagens de alerta de alergia, para evitar que recebam a medicação errada.
Vale ressaltar que, para os alérgicos, ter contato com determinadas substâncias é perigoso. Entre os sintomas, irritação na pele, anafilaxia e edema de glote, o que pode impedir a respiração e causar a morte.
Como o dispositivo funciona?
Desenvolvido para ser usado em emergências, o AlertAlergo é um dispositivo discreto, resistente à água e com uma bateria de longa duração, que pode chegar a até três anos. O dispositivo, usado em uma pulseira ou um colar, interage com um leitor que informa em tempo real sobre o estado alérgico do paciente.
Nesse projeto estão colaborando pesquisadores de várias instituições cearenses, como o Instituto Federal do Ceará (IFCE), a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Escola de Saúde Pública. Para que a ideia se concretize, reuniões com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação estão sendo realizadas para integrar a solução ao Meu SUS Digital.
Segundo Thiago Barros, coordenador da CriarCE Hard, o caminho para a implementação do AlertAlergo envolve um processo de testes e homologação junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Após a validação do dispositivo, ele passará para a fase de industrialização e, então, poderá ser usado em hospitais públicos. A expectativa é que a solicitação seja feita já em 2025.
Desafios
A implementação do AlertAlergo exige uma adaptação nos hospitais públicos, com a importação de alguns componentes eletrônicos, além da necessidade de treinar as equipes médicas para o uso adequado do dispositivo. No entanto, os benefícios esperados incluem redução de erros médicos e maior segurança para os pacientes, além de um tratamento mais rápido e eficiente.
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