Em entrevista exclusiva concedida à Rede ANC, a vice-governadora do Ceará, Jade Romero (MDB), fez uma avaliação da campanha municipal em Fortaleza, foco do seu grupo político que levou Evandro Leitão (PT), para o segundo turno contra André Fernandes (PL).
“Aterrorizante”
Em conversa com o apresentador Felipe Klisma, Jade avalia que existem dois projetos para a capital. Um, que é representado por Evandro, se configura não como “um projeto de continuidade”, se comparado aos quatro anos do mandato de José Sarto (PDT), mas sim “um projeto que Fortaleza pode ter muito mais políticas [públicas]”. Enquanto a de André, segundo ela, se apresentou como novidade, mas “se aliou a toda essa velha política aqui de Fortaleza”, ao citar os apoios que recebeu para o segundo turno.
A vice-governadora diz concordar com a avaliação da ex-prefeita Luizianne Lins (PT), que Fortaleza corre sérios riscos numa eventual vitória de André. “É aterrorizante”, diz ela. “Alguém que não reconhece o que é feminicídio, alguém que vota contra a igualdade salarial, e agora quer brincar com a inteligência das mulheres de Fortaleza, né? Falando que agora quer que elas ganhem mais”, afirmou no programa ANC Entrevista.
Segundo Jade, a campanha adversária esconde Jair Bolsonaro, e que o candidato do PL “mostrou seu despreparo”, e que ele “apresenta várias versões” sobre episódios anteriores à eleição, que ele “é um candidato que não representa aquilo que a gente quer” para a quarta maior capital do país.
Projetos em risco e respeito aos clubes de futebol
Para a vice-governadora, uma eventual vitória de André pode representar uma descontinuidade de certos trabalhos e avanços de programas do governo do estado em Fortaleza, pois “cuidar das pessoas é investir em políticas sociais”, e que as escolhas feitas a partir do voto têm consequências para toda população. “A população tem que fazer a sua análise. O voto tem que ser decidido por questões objetivas, mais do que pelas questões emocionais”, ponderou, e que essa eleição “não é sobre um like da rede social, estamos falando de voto”, finalizou.
Ao observar o uso dos times de futebol na campanha municipal, Jade, torcedora do Fortaleza, declarou durante a entrevista, que quem for eleito prefeito terá de governar para todos, independente das cores dos times e assim como o governo do estado, dar equidade para todos os clubes, e que não surtiu tanto efeito a rejeição esperada por André na campanha de Evandro. “A gente não está falando de uma partida de futebol. Nós estamos falando de uma eleição. Futebol, ele é amor, ele é entretenimento, ele movimenta a nossa economia, ele é paixão, e eu acho, que independente das cores, e as cores, as marcas dos clubes elas deveriam ser respeitadas”, concluiu.
Aprovação e manutenção
Ao ser questionada sobre os resultados por todo o estado, onde 111 prefeituras das 184 que tiveram prefeitos ou eleitos e reeleitos são da base do governo Elmano, a vice-governadora avaliou que o projeto do governo do estado é um sucesso por entregar resultados junto à população. “Esse projeto tem se consolidado no estado do Ceará pela falta desse projeto de direita, que não é nem de direita, é de extrema-direita do Bolsonaro”, e que algumas marcas estão dando a cara da liderança de Elmano, como o Ceará Sem Fome, o serviço oncológico qe chegou ao interior, além da redução das filas de cirurgias.
Entretanto, ela reconheceu que em alguns locais houve uma saturação, como em Sobral, berço político de Cid Gomes que não conseguiu eleger a ex-governadora Izolda Cela. “Pontualmente houve uma saturação em Sobral, mas não representa uma aprovação ao modelo de extrema direita. Ao contrário, é um contexto muito mais local”, e que independente da questão política existem investimentos como em Juazeiro do Norte, para a rede hospitalar da cidade com quase 5 milhões de reais.
A entrevista completa com a vice-governadora e secretária das mulheres, Jade Romero, vai ao ar hoje, às 19h, no canal oficial da Rede ANC no YouTube.
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