A demanda por programas de intercâmbio cresceu cada vez mais, por conta dos altos índices de desempregos registrados nos últimos anos. “Cerca de 47 por cento dos jovens entre 15 e 29 anos que se encontram desempregados, deixariam o país em busca de oportunidades no exterior” é o que mostra estudo divulgado pelo Atlas da Juventude e FGV Social.
A procura por trabalho em países europeus é tentadora. Mas, encontrar o destino ideal com um custo-benefício adequado para o bolso desse público não é uma tarefa tão fácil. Eis aí, a importância de uma boa pesquisa e de uma consultoria.
É importante informar, que boa parte dos países já está com suas fronteiras abertas para estrangeiros – mediante, obviamente, requisitos e predeterminações devido à pandemia, como, por exemplo, o comprovante de vacinação. Embora muitos jovens tenham adiado seus planos de viajar durante o isolamento social, 82% ainda possuem interesse e desejam realizá-los em breve, segundo Pesquisa Belta realizada em 2021.
A jornalista e influenciadora digital, Bruna Aeppli, que morava em Fortaleza, no Ceará, orienta: “A melhor forma de encontrar vagas para trabalhar na Europa é através de sites especializados ou pelo Linkedin. A área de Informática é a que mais contrata no mundo, mas é variável, dependendo do país. Se o brasileiro tiver passaporte europeu, ele consegue trabalhar em outras áreas. Vale ressaltar que o domínio da língua local é de suma importância, além do inglês fluente”, lembra a profissional da comunicação que está há 18 anos na Suíça.
Ter bom conhecimento do idioma do país em que está interessado (mesmo que ainda não seja fluente) e pesquisar como funciona o mercado de trabalho na área almejada está entre os requisitos para se trabalhar fora. A realidade dos setores muda bastante de país para país, por isso é importante também contratar agências ou especialistas que possam auxiliar com a documentação necessária, comparar o salário com as despesas e aprender sobre a cultura daquele país. Outra questão é se adaptar a uma nova cultura, o que, segundo Bruna, é um dos principais desafios.
A jornalista diz que planejamento é fundamental. “Nem sempre sua entrada no mercado vai ser no mesmo cargo que você tinha no seu país de origem. Nesse momento, muitas pessoas podem se sentir frustradas, mas é preciso ter paciência, afinal o começo não é fácil para ninguém. É um recomeço de vida em um novo país e, após essa adaptação cultural, é importante fazer um balanço do que está dando certo e o que ainda não saiu como planejado por algum motivo”, alerta Bruna Aeppli.
Ainda, de acordo com a jornalista, outra dica é verificar se o diploma é aceito no país em que se almeja trabalhar. “É importante certificar se o seu diploma tem validade no país para o qual vai se mudar. Caso não tenha, é preciso que o candidato veja se é possível a revalidação dele, ou seja, se ele teria que cumprir créditos acadêmicos que o habilitem a exercer a profissão naquele país. Em alguns casos, a revalidação não é possível e, para exercer aquela profissão é preciso fazer uma graduação no país. Saber disso antes de ir é essencial, pois esse tipo de informação afeta diretamente suas decisões sobre a mudança e seu planejamento”, lembra a profissional.
A jornalista que optou por trabalhar na Europa vislumbrando uma maior qualidade de vida e tempo com a família, compartilha em suas redes sociais, dicas de viagens, eventos e empreendedorismo para o público feminino. O próximo passo, diz ela, é lançar a quarta edição da revista “Do outro lado do mundo” com foco no turismo europeu. “Na época eu só via dois caminhos: ou ser dona de casa ou trabalhar em funções que eu não me identificava. E aí surgiu o desejo de criar uma revista para mostrar essas brasileiras de sucesso. Então voltei para sala de aula e fui estudar jornalismo, hoje sou jornalista internacional”, informa.
Bruna acrescenta, que a revista tem a missão de inspirar mulheres na Europa a correrem atrás dos seus sonhos. Quero mostrar os bons exemplos para as imigrantes que acham ser impossível vencer na vida mudando de país como um dia eu também achei. Busco trazer os holofotes para pessoas que ousaram sonhar e com muito esforço, trabalho e paixão estão conseguindo realizar, enfim mostrar que é possível”, ressaltou a jornalista internacional.
Um pouco de Bruna Aeppli
Com experiência em Marketing Hoteleiro, a jornalista e turismóloga Bruna Aeppli, que atua também, como influenciadora digital, reside há 18 anos, na Suíça. Ela ocupa ainda, o cargo de coordenadora do grupo “Influenciadores Digitais na Suíça” e de idealizadora da revista “Do outro lado do mundo” em que dá dicas sobre turismo, viagens e eventos culturais. No Instagram ela pode ser encontrada como @outroladodomundo.