Nesta segunda-feira (31/03), a Igreja Católica reconheceu o padre cearense José Antônio Maria Ibiapina como venerável, após assinatura do Papa Francisco. O título de venerável é uma das etapas essenciais no processo de canonização, concedido àqueles se tornaram dignos de veneração. A caminhada até a santidade continua com a beatificação e, eventualmente, a canonização, que depende dos milagres atribuídos ao intercessor.
José Ibiapina foi um sacerdote dedicado à justiça social, nas questões envolvendo a escravidão e o apoio aos mais necessitados, especialmente no Nordeste do Brasil. Durante a epidemia de cólera na década de 1850, ele prestou ajuda a comunidades em cidades da Paraíba e fundou instituições de saúde, cultura e formação religiosa e profissional no Rio Grande do Norte. Seu legado também está relacionado à construção de igrejas, capelas e orfanatos, juntamente com a organização de missões populares.
Nascido em Sobral no ano de 1806, José iniciou sua formação religiosa em Olinda, Pernambuco, onde ingressou no seminário aos 17 anos. No entanto, sua trajetória foi interrompida por questões pessoais. Precisando cuidar das irmãs após a perda dos pais, José se formou em Direito e exerceu funções como professor e delegado em Quixeramobim.
Durante a década de 1830, foi eleito para o Parlamento Nacional, onde se destacou pela sua luta contra o tráfico de escravos africanos. No entanto, voltou a advogar em Recife, onde atuou em defesa dos mais humildes até 1850. Nesse período, José retornou ao seminário e foi ordenado padre em 1853.
Sua primeira missão sacerdotal o levou à Paraíba, onde passou a ser conhecido como o “peregrino da caridade”. Sua obra se expandiu para o Rio Grande do Norte, onde morreu em 1883 devido a uma paralisia progressiva que afetou seus membros inferiores.
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