Em 2023, os jovens negros foram as principais vítimas das intervenções policiais no Ceará, com um aumento no número de mortes desse grupo, apesar da queda geral em relação ao ano anterior. As estatísticas mostram que, enquanto as mortes por ação policial diminuíram de 2022 para 2023, as vítimas negras subiram de 37 para 47. A porcentagem de negros entre as vítimas de intervenções policiais com raça declarada subiu para 88,7%, o que representa um aumento de 8,7 pontos percentuais comparado ao ano anterior.
O relatório intitulado “Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão”, divulgado em 7 de novembro pela Rede de Observatórios da Segurança, revela uma disparidade: os negros foram quase oito vezes mais afetados do que os brancos, com apenas seis registros de vítimas brancas. No entanto, vale destacar que os dados de raça nem sempre estão presentes nos registros. Das 147 pessoas mortas em ações policiais no ano, 94 não tiveram a raça informada.
Em termos de faixa etária, a maioria das vítimas tinha entre 18 e 29 anos, mas o relatório também traz dados sobre 15 adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, mortos durante intervenções policiais. Além do Ceará, a Rede de Observatórios da Segurança monitora os estados do Amazonas, Bahia, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Em todos esses locais a predominância de jovens negros entre as vítimas de intervenções policiais tem sido uma constante.
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