Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2025, as pequenas indústrias brasileiras registraram uma diminuição em suas finanças, com o índice de condições financeiras recuando de 40,6 para 40,3 pontos. As informações são do Panorama da Pequena Indústria (PPI), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira (11/08).
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, explica que o acesso ao crédito está diretamente ligado à elevação da taxa de juros. “A gente percebe uma melhora das condições financeiras de uma forma geral também, o que pode ser atrelado à taxa de juros, uma vez que as dívidas ficam mais caras para as empresas. E, finalmente, a própria lucratividade também é afetada”, comenta.
A pesquisa também detalha os desafios enfrentados por diferentes segmentos. No setor da construção, 37,3% dos empresários destacaram os juros elevados como principal obstáculo, seguidos pela carga tributária (35,6%) e pelo alto custo ou falta de mão de obra qualificada (24,6%). O estudo também apresenta a influência negativa da informalidade e do contrabando, que aumentou, subindo de 14,4% para 22% em comparação com o trimestre anterior.
Na indústria de transformação, a carga tributária lidera, sendo citada por mais de 40% dos empresários. Em seguida vêm a demanda interna insuficiente e os juros altos, ambos com 27%. A competição com produtos importados registrou o maior aumento do período, passando de 8,3% para 12,3%.
Mesmo diante desse cenário, o índice de desempenho da pequena indústria aumentou de 44,7 para 45,9 pontos no segundo trimestre. O impulso foi o crescimento da produção, maior aproveitamento da capacidade instalada e aumento do quadro de funcionários.
No entanto, em julho, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) das pequenas indústrias caiu para 46,7 pontos. O número representa um recuo acumulado em cinco dos últimos sete meses. As expectativas para os próximos meses também diminuíram, com o índice diminuindo para 48 pontos.
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