Após contestações sobre a alegação de posse de 83% das terras de Jericoacoara, um laudo técnico concluiu que a área reivindicada pela empresária não abrange a região. O estudo técnico indicou uma “expansão inexplicável” de 109% na área do terreno desde a década de 1980, após equívocos nas medições.
O documento foi elaborado pelo engenheiro cartógrafo e doutor em geografia Paulo Roberto Lopes Thiers, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), e veio à tona após denúncias feitas pelo Conselho Comunitário de Jericoacoara sobre irregularidades fundiárias. Entre os pontos questionados no laudo, destaca-se a utilização de um sistema de referência “inadequado”, distinto daquele convencionalmente adotado no Brasil.
O estudo também aponta que algumas porções de terra foram medidas de uma só vez, ainda que isso não fosse tecnicamente viável, dada a diferença de altitude significativa entre certos pontos. Outro aspecto do documento é o histórico das terras, adquirido por José Maria de Moraes Machado, então marido de Iracema, em 1983. Naquela época, três lotes somavam 440 hectares e correspondiam à Fazenda de Plantio de Caju, Junco 1.
No entanto, uma nova averbação do terreno em 2007 indicou que a área havia mais que dobrado, atingindo 924,49 hectares. Dessa forma, o terreno se expandiu até os limites da Vila de Jericoacoara.
Confira aqui o pronunciamento do Movimento Salve Jeri.
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