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Ligação de vereador com crime organizado é investigada no interior

Na última quinta-feira (24/10), o vereador Raimundo Soares de Lima, mais conhecido como Ivanildo da Topic (PSB), foi detido em Monsenhor Tabosa sob suspeita de ligação com o líder de uma facção criminosa que atua na região. Alvo da segunda fase da operação Concórdia, desencadeada pela Delegacia Regional de Crateús em setembro, o parlamentar alega ser inocente das acusações.

Segundo um documento do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), registros telefônicos sugerem que Raimundo teria colaborado com um indivíduo conhecido como “Doze” na logística de transporte de entorpecentes. Ele chegou, inclusive, a utilizar seu próprio CPF como chave Pix para o recebimento de pagamentos.

Anastácio Pereira Paiva, mencionado no acórdão como líder da facção, é procurado pela polícia e classificado como homicida e traficante com três mandados de prisão em aberto. Também apontado como membro do Comando Vermelho, Anastácio teria um papel ativo no fornecimento de drogas e armas para diversas cidades no norte do Ceará e, segundo a Polícia Civil, estaria escondido no Rio de Janeiro.

A decisão judicial justifica a prisão preventiva de Raimundo, destacando que a participação de um representante público de sua posição reforça o poder da facção. De acordo com o acórdão, o grupo criminoso possui uma estrutura hierárquica bem definida e se mantém coesa mesmo em situações adversas.

Ligação de vereador com crime organizado é investigada no interior
Foto: Reprodução

Raimundo foi eleito vereador em 2020, com 508 votos. Nas eleições deste ano, o parlamentar ficou na suplência após obter 152 votos.

Defesa do vereador

Os advogados de defesa de Raimundo, Anderson Rabelo e Isleno Alves, afirmam que o vereador não possui qualquer ligação com Anastácio ou com outros integrantes da facção. Anderson explica que, atuando no transporte de passageiros entre Monsenhor Tabosa e Fortaleza há mais de uma década, Raimundo teria sido contatado em 2022 por um cliente desconhecido para conduzir passageiros e posteriormente transportar uma encomenda, sem conhecimento do conteúdo.

A defesa enfatiza que o vereador, assim como outros trabalhadores do setor de transporte, não possui controle absoluto sobre o que transporta, e que Raimundo ainda não foi formalmente indiciado. Um pedido de habeas corpus foi protocolado no TJCE, solicitando sua soltura.

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