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Lindbergh acusa acordo do 8/1 de “blindar Bolsonaro” e denuncia “lei feita sob medida”

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, criticou duramente, nesta terça-feira (9), o acordo construído para votar o projeto que reduz as penas aplicadas aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Para ele, a articulação representa um “aceno” ao ex-presidente Jair Bolsonaro e coloca o Legislativo “abraçado aos golpistas”.

Lindbergh afirmou que a bancada foi surpreendida pela movimentação para pautar o texto ainda nesta semana. Segundo o líder petista, o gesto surgiu após a confirmação da candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência do Senado e de uma suposta exigência política associada à disputa.

“Fomos surpreendidos com a votação disso dessa forma. O que houve é que o Flávio anunciou a candidatura e depois disse que tinha um preço. E agora fazem um aceno”, declarou. “Isso é jogar o Poder Legislativo no chão. Houve um golpe no país. Essa decisão coloca esta Casa abraçada aos golpistas.”

O deputado também criticou o conteúdo do projeto e afirmou que o relator tratou explicitamente da pena do ex-presidente:

“O relator disse lá: ‘A pena do Bolsonaro vai diminuir de tanto para tanto’. Uma lei tem que ser geral. Aqui estamos aumentando penas e dificultando progressão, mas fazem algo específico justamente sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito. Isso é um escândalo.”

Lindbergh reagiu ainda ao encaminhamento de processos disciplinares envolvendo parlamentares. Ele classificou como “provocação” a tentativa de tratar conjuntamente o caso da deputada Carla Zambelli, já condenada, com o do deputado Glauber Braga, que responde a processo no Conselho de Ética por um episódio distinto.

Segundo o líder do PT, decisões recentes do STF deixam claro que condenações transitadas em julgado implicam perda de mandato por ato da Mesa Diretora, e não por deliberação do plenário: “Colocar a Carla Zambelli junto com o Glauber chega a ser uma provocação.”

Lindbergh encerrou reafirmando sua indignação: “Isso aqui é um escândalo total. Eu fiz uma fala dura e vou voltar para continuar denunciando.”

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