O líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, afirmou nesta quinta-feira (11), durante coletiva, os desdobramentos políticos da votação do processo de cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Segundo ele, embora a bancada avalie com “tristeza” o resultado que manteve o mandato da parlamentar, o desfecho já era previsível após o presidente da Câmara, Hugo Motta, ter levado o caso ao plenário durante a madrugada, algo que, de acordo com o petista, não deveria sequer ter ocorrido, já que cabia à Mesa Diretora cumprir o afastamento determinado pelo Supremo Tribunal Federal.
Apesar do revés, o líder destacou que a sessão representou uma “vitória política importante” para a ala que defende a democracia e para o governo do presidente Lula. Segundo ele, a reação do plenário à tentativa de cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ) e a mobilização das bancadas progressistas revelaram limites para o que chamou de “aliança entre parte do Centrão e o bolsonarismo”.
O petista afirmou que essa coalizão “pode até vencer no plenário, mas perde na sociedade”, e avaliou que a votação reforçou a percepção pública de que há grupos atuando para blindar aliados e anistiar envolvidos em atos antidemocráticos. Nesse contexto, classificou o resultado como uma vitória “quase do tamanho” da obtida no episódio da PEC da Blindagem, quando o governo conseguiu barrar mudanças consideradas prejudiciais à responsabilização de parlamentares.
Ele ressaltou ainda que a disputa desta semana ocorreu contra forças com forte influência interna na Câmara, o que torna, segundo ele, o resultado ainda mais expressivo. “O bom senso prevaleceu”, afirmou. O líder concluiu dizendo que apresentará posteriormente uma análise detalhada da votação da madrugada.


