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Longlegs: Vínculo Mortal tem ótimas ideias, mas só sabe usar metade delas (Crítica)

Dirigido por Osgood Perkins (O Último Capítulo), Longlegs: Vínculo Mortal é um projeto com ótimas ideias e uma equipe que aparenta ter o talento para usá-las. Entretanto, talento difere de competência, e foi isso que faltou para tudo neste novo terror de 2024.

O projeto é focado na agente do FBI Lee Harker, convocada para reabrir um caso arquivado de um serial killer em uma cidade tranquila. Na medida que Lee mergulha na investigação, ela descobre indícios perturbadores de práticas ocultas ligadas aos crimes, levando-a por um caminho sinuoso e perigoso. Conforme desvenda pistas, Harker se vê confrontada com uma conexão pessoal inesperada com o assassino, lançando-a numa corrida contra o tempo para evitar novas vítimas. Contudo, à medida que avança, percebe que algo sinistro a observa de perto, ameaçando não só o desfecho do caso, mas também sua própria segurança. Enquanto luta para desvendar a verdade por trás dos assassinatos, Harker se vê numa encruzilhada entre o dever profissional e os segredos sombrios que emergem, transformando sua investigação em uma batalha intensa entre a razão e o desconhecido.

Pegando inspirações de histórias de detetive até terrores sobrenaturais, o longa-metragem tem ótimas intenções e ideias através de uma mistura de propostas. No entanto, no decorrer da narrativa não se aprofunda e nem desenvolve muitas delas. Isso dá a entender que Osgood Perkins, que também assina o roteiro, quis usar tudo o que imaginou para essa história, mas de nada adianta se não souber usar. 

A protagonista ter poderes clarividentes é uma proposta interessante, visto que um dos antagonistas dessa história é alguém que não pode ser tocado e sim apenas sentido. Mas isso é apresentado no início do filme e pouco utilizado depois. Fora as cartas com uma linguagem misteriosa e criptografada, tal qual Zodíaco, mostrando como elas podem ser importantes pro desenrolar dessa história. Porém, são resolvidas rapidamente e um dos grandes charmes do filme é descartado rapidamente.

Apesar disso, a direção, junto com a fotografia de Andres Arochi (Pacífico: Cerveza Ð El Pacífico), consegue criar um clima de tensão que percorre boa parte da narrativa, que acaba nos deixando envolvidos com tudo que acompanhamos. Junto a isso, ainda uma atuação competente de Nicolas Cage (O Senhor das Armas), que, como de costume, consegue ter uma grande presença de tela e interpretar uma pessoa estranha como ninguém. 

Além disso, Perkins acerta nas mudanças entre flashbacks e o presente narrativa. Enquanto acompanhamos o agora da história, ele possui um estilo de suspense, já quando vemos o passado, o cineasta utiliza de outra maneira o gênero, sendo semelhante aos projetos da década de 1970 e 1980.

Mesmo com essas competências, o projeto não foge de algumas obviedades, que, para mim, não são de tanto problema, mas tenho ciência de que para muitos acaba sendo um incômodo. No entanto, o que mais incomoda é a escolha do filme ser expositivo em seu terceiro ato, deixando claro até demais para o espectador a explicação de toda essa história. Obviamente, é importante que a história seja entendível, mas não é necessário que o filme pare tudo o que está acontecendo para esclarecer o que estamos acompanhando.

 

Por fim, Longlegs: Vínculo Mortal é um projeto que possui boas ideias e uma equipe competente para ser produzido, mas acaba não sabendo utilizar todo o potencial que possui. É notório que o roteiro do filme precisava ser mais revisado e polido para poder entregar um bom resultado. Porém, se apegou muito no talento de sua equipe e entregou um trabalho que poderia ser mais, não só no quesito qualidade, mas também sobre mensagem, visto que no final é uma história tão vazia quanto uma boneca. 

Nota: 6/10

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