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Luto no futebol brasileiro: Zagallo morre aos 92 anos

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

O futebol brasileiro foi dormir a sexta-feira (5) e amanheceu o sábado (6) bem mais triste. Às 23h40min do dia 5 de janeiro, Mário Jorge Lobo Zagallo encerrou sua passagem pela Terra e foi chamado à casa do Pai.

A bola já está rolando oficialmente, com a Copa São Paulo de Futebol Júnior, e o futebol brasileiro se despede de uma das suas maiores referências. As lágrimas pingam dos olhos dos apaixonados pelo bola, pelo futebol arte. Zagallo ultrapassou gerações e enquanto teve forças se dedicou ao futebol com garra e amor e o resultado era claro no currículo de um tetracampeão do Mundo, literalmente.

Apenas Zagallo, o francês Didier Deschamps e alemão Franz Beckenbauer tiveram o privilégio de comemorar títulos de Copa do Mundo como jogadores e técnicos, mas até nisso Zagallo, o Velho Lobo, é um privilegiado. Ganhou duas Copas como jogador (1958 e 1962), uma como técnico (1970) e uma como auxiliar técnico (1994), mas como parte fundamental na comissão técnica liderada, à época por Carlos Alberto Parreira.

Zagallo marcou o gol do primeiro título mundial do Brasil em 1958, contra a Suécia, na goleado por 5 a 2, na casa do adversário e fez o primeiro gol da Copa de 1962, contra o México. Foi fundamental nas duas competições.

Reprodução internet: Time que jogou a final de 1958 contra a Suécia.

Depois, em 1970 fez história. Um time bastante ofensivo, que sabia se defender apesar de ter em campo 5 camisas 10 (Gérson, Tostão, Jairzinho, Pelé e Rivelino). Fez o que muito até tentam fazer hoje e não conseguem. O resultado um tricampeonato invicto e com 100% de aproveitamento.

Vem 1991 e ele e Carlos Alberto Parreira retornam à Seleção Brasileira. Preparam o ciclo até a Copa de 1994. Tropeços no meio do caminho derrota na Copa América de 1993, uma eliminatória aos trancos e barrancos, um jeito novo de jogar futebol. Mas a partida contra o Uruguai no Maracanã em 1993 é marcante. A partida da classificação e a reconciliação com Romário, que seria o herói do tetra, Zagallo estava lá.

Zagallo volta a seleção em 1994, após a Copa. Ali ele queria a inédita medalha de ouro olímpica em 1996, em Atlanta. Tropeça no meio do caminho e fica com bronze. As críticas são implacáveis e para calá-las o título da Copa América em 1997, em La Paz, na Bolívia e a histórica frase: “vocês vão ter que me engolir”.

Chega 1998 e vem a Copa do Mundo. A esperança do Penta Campeonato era evidente em todo o povo. Um jogo é marcante. Contra a Holanda: adversário bem conhecido de Zagallo. Eliminou o Brasil em 1974, com Zagallo à beira do campo. Na Copa anterior, vitória do Brasil e classificação para as semifinais, naquela Copa, outro encontro nas semifinais e uma disputa de pênaltis. O Velho Lobo chamou para si a responsabilidade naquele momento. As imagens entraram para a história.

Zagalo incentivando o goleiro Taffarel – Reprodução da Internet

O Brasil venceu por 4 a 2 nos pênaltis após empate em 1 a 1 no tempo normal e antes das cobranças, Zagallo foi pessoalmente a cada jogador com uma palavra de incentivo.

Zagallo antes da disputa de pênaltis contra a Holanda

A situação atual do futebol brasileiro certamente deveria entristecer Zagallo. Ele sempre se colocou como um apaixonado pela Seleção Brasileira e a esta instituição dedicou o melhor do seu trabalho. Que ele seja a inspiração da geração atual e das próximas. Inspiração de luta e de vontade de vencer.

Zagallo partiu, mas seu exemplo será eterno. Vai com Deus, Velho Lobo!

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