
Uma parte expressiva dos trabalhadores já definiu um destino bem diferente das vitrines de fim de ano. Em vez de concentrar os gastos em presentes, viagens ou consumo imediato, muitos devem utilizar o 13º salário para tentar virar a página do endividamento e iniciar 2026 com as contas organizadas. É o que revela pesquisa da Serasa, em parceria com o instituto Opinion Box.
De acordo com o levantamento, 81% dos trabalhadores pretendem usar total ou parcialmente o 13º salário. Entre eles, o principal objetivo é liquidar dívidas: 39% dos entrevistados declararam que vão direcionar o valor para esse propósito, um avanço de oito pontos percentuais em comparação ao ano passado. Outros 19% disseram que pretendem empregar o dinheiro para pagar contas essenciais, como água, luz, aluguel e supermercado, enquanto 18% afirmaram que querem limpar o nome, regularizando pendências que hoje os mantêm com restrições de crédito.
Na avaliação da Serasa, o cruzamento entre o calendário do benefício e o Feirão Limpa Nome cria uma espécie de “janela de oportunidade” para renegociação. Com milhões de ofertas de desconto disponíveis na plataforma, os consumidores podem combinar a entrada extra de renda com condições diferenciadas para encerrar dívidas antigas.
“Com milhões de ofertas disponíveis, esta é uma oportunidade concreta para quem deseja usar o 13º salário de forma estratégica e iniciar 2026 com mais tranquilidade financeira”, afirma Aline Maciel, diretora da Serasa.
Se por um lado aumenta o número de brasileiros dispostos a priorizar o pagamento de dívidas, por outro uma parcela relevante demonstra preocupação em reforçar a própria reserva financeira. A pesquisa indica que 19% dos entrevistados pretendem guardar integralmente o benefício, mesmo percentual verificado em 2024. Entre os que planejam economizar total ou parcialmente o valor, 27% têm como objetivo formar uma reserva de emergência, leve queda em relação aos 29% do ano anterior. Já 26% desejam investir o dinheiro, bem abaixo dos 38% registrados em 2024, e 15% pretendem aplicar na tradicional caderneta de poupança, ante 21% na pesquisa anterior. Para 74% dos consumidores ouvidos, o 13º representa uma chance concreta de reorganização financeira.

