Um levantamento da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Ceará (ADPEC) revela que 61,8% dos profissionais da Defensoria Pública estadual já sofreram algum tipo de ameaça ou violência durante o exercício da função. O resultado faz parte do Primeiro Mapeamento das Defensoras e Defensores Públicos do Ceará, produzido a partir de questionários aplicados pela empresa Cuali Pesquisa.
Ao todo, 170 profissionais foram ouvidos, sendo 91 da Capital e 79 do interior, com atuação predominante nas áreas criminal (41,2%) e cível geral (35,3%). O estudo abrange temas como ameaças, violência, saúde mental, acúmulo de funções e estrutura de apoio.

Entre os entrevistados, 31,2% relataram já ter sofrido ameaças direcionadas a si ou a familiares em razão da profissão, enquanto apenas 34,1% afirmaram se sentir seguros no ambiente de trabalho. Sobre a carga de atividades, 81,8% dos defensores disseram desempenhar funções cumulativas, o que acarreta sobrecarga e afeta a qualidade do atendimento à população.
Os dados também apontam impactos na saúde dos profissionais: 51,5% consideram que o trabalho prejudica sua saúde física e 53,5% relatam efeitos negativos sobre a saúde mental, especialmente devido à sobrecarga, à responsabilidade excessiva e à carência de estrutura. Além disso, 72,9% apontam insuficiência no número de colaboradores e 54,7% dividem salas de atendimento, comprometendo a privacidade e a segurança dos serviços prestados.
Nas redes sociais da ADPEC, a presidente Kelviane Barros destacou a necessidade de destinar recursos adequados à Defensoria Pública. “É preciso lembrar que a Defensoria atua na defesa de toda a população vulnerável, que inclui crianças, adolescentes, idosos, pessoas vítimas de violência, minorias sociais, pessoas privadas de liberdade, dentre outros. É preciso que orçamento adequado seja destinado à instituição e que esses recursos sejam empregados de maneira eficiente, a fim de cessar o quadro de sobrecarga laboral, falta de estrutura e afetamento da saúde física e mental das defensoras e defensores”, pontuou.
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