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Mais de 43% das casas no Ceará não têm acesso à rede de esgoto

Segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 43% das residências no Ceará ainda não possuem acesso à rede geral de esgoto. Embora o número seja alto, houve uma redução em comparação ao ano anterior, quando esse índice era de 47,2%. Na Região Metropolitana de Fortaleza, o percentual é de 70,9% dos domicílios sem esse serviço.

A pesquisa, que faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira (20/12), mostra também as diferenças entre áreas urbanas e rurais. Enquanto apenas 5,4% das residências rurais no Ceará possuem acesso ao esgoto, na zona urbana esse número sobe para 57,6%. Já as fossas sépticas não conectadas à rede representam 19,4% dos domicílios.

O saneamento básico, que abrange serviços como coleta de lixo e fornecimento de água potável, é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um direito humano fundamental e um pilar da dignidade humana, conforme assegurado pela Constituição Brasileira. Segundo o Novo Marco Legal do Saneamento, é prevista a universalização desses serviços até 2033. A meta é garantir que até lá 99% da população tenha acesso à água tratada e 90% aos serviços de esgoto.

Mais de 43% das casas no Ceará não têm acesso à rede de esgoto
Foto: Reprodução

Em relação ao abastecimento de água no Ceará, 95,7% dos lares estão conectados à rede de distribuição. No entanto, há uma disparidade entre áreas urbanas e rurais: 98,7% das residências urbanas têm acesso à água potável, enquanto nas zonas rurais o índice é de apenas 84,2%.

Em nível nacional, 69,9% dos domicílios possuem acesso à rede de esgoto, o que representa um avanço de 1,8 pontos percentuais em relação a 2019. Contudo, as regiões Norte e Nordeste continuam sendo as mais carentes em termos de saneamento. No Norte, o percentual de lares conectados à rede de esgoto subiu de 27,3% em 2019 para 32,7% em 2023. No Nordeste, o aumento foi de 47% para 50,8%. Já o Sudeste lidera o ranking, com 89,9% de cobertura.

No que diz respeito ao abastecimento de água potável, o estudo revela que, entre 2016 e 2023, houve pouca evolução na porcentagem de domicílios conectados à rede geral de distribuição no Brasil, que passou de 85,8% para 85,9%.

Em 2023, 93,4% das casas urbanas estavam conectadas à rede de água, mas apenas 32,3% dos domicílios rurais tinham esse acesso. A região Nordeste se destaca com 43,9% das áreas rurais atendidas.

A Região Norte, com 60,4% de cobertura da rede de água, e o Nordeste, com 81,1%, ainda apresentam os menores índices de abastecimento. Nessas regiões, muitos domicílios dependem de fontes alternativas, como poços artesianos ou rasos, para garantir o fornecimento de água.

No caso da Região Norte, 22% dos domicílios usam poços profundos, e 11,3% dependem de poços rasos. Já no Sudeste, o percentual de lares conectados à rede de abastecimento de água chega a 91,8%, com destaque para o Distrito Federal, que possui 96,5% de cobertura.

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