De acordo com a Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana, de todos os brasileiros que usam transportes diariamente, 52,7% tem apenas o ônibus como única alternativa de locomoção disponível. O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
A pesquisa foi feita através de entrevistas com 3.117 pessoas em 319 municípios com mais de 100 mil habitantes. Ela ainda revela que 57% dos entrevistados estão dispostos a pagar uma tarifa mais cara para viajarem somente sentados nos ônibus. Ademais, 52,6% dizem que preferem pagar um valor mais alta na passagem para para andarem em veículos menos poluentes. Enquanto isso, 32,1% dizem que pagaram a mais para usarem o ônibus elétricos.
Vander Costa, presidente do Sistema Transporte, afirma que, com a CNT tendo conhecimento dos principais problemas enfrentados pelos usuários de transporte público, é possível propor e trabalhar em soluções que possam estimular uma melhora nesse segmento. Além disso, o presente comenta que, em um ano eleitoral, “é fundamental que os candidatos coloquem a mobilidade urbana no centro de suas propostas, garantindo investimentos e políticas que tornem o transporte público mais eficiente, seguro e acessível para todos.”
Por sua vez, Francisco Christovam, diretor executivo da NTU, diz que a revitalização do transporte público urbano passa por colocar o passageiro em primeiro lugar. Ele é o nosso cliente e a razão de ser do nosso trabalho. Por isso, precisamos ouvir o passageiro, entender suas expectativas e suas necessidades, para podermos entregar um serviço de melhor qualidade. Daí surge a grande importância da Pesquisa CNT de Mobilidade”
Quando se compara com a última edição da pesquisa, no qual foi lançada em 2017, é notado que quase dobrou a quantidade da população que considera o transporte público no Brasil um problema. Após sete ano, esse percentual de brasileiros cresceu de 12,4% para 24,3%.
No entanto, em 2024, a pesquisa revela que a quantidade de pessoas que usam ônibus diminuiu, no qual passou por uma redução de 14,3 pontos percentuais (p.p) comparado com a última edição do levantamento, quando foi registrado que 45,2% dos brasileiros usavam ônibus. Algumas razões para esse diminuição se deve ao aumento na utilização do carro próprio, que passou de 22,2% para 29,6%, e a obtenção de moto própria, que saltou de 5,1% para 10,9% de 2017 para este ano.
Além disso tudo, a Pesquisa CNT de Mobilidade da População Urbana mostra que locomoção através de transportes por aplicativos também sofreu um aumento, saindo 1,0%, em 2017, para 11,1%, em 2024.
É possível que essa evolução seja um dos fatores que contribuem para a substituição de um meio por outro, uma vez que, neste ano, 56,9% dos entrevistados confirmaram que deixaram de usar totalmente o ônibus (29,4%) ou diminuíram o uso (27,5%). Além disso, essa modalidade vem ganhando espaço na população de baixa renda. Segundo a Pesquisa da CNT, dentre as pessoas que substituíram o ônibus pelos aplicativos de transporte, 56,6% pertencem à classe C; e 20,1%, às classes D ou E.
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