“O teatro durante mais de dois mil anos foi, e é ainda em grande parte, a arte da palavra”. A afirmação feita pelo teatrólogo Marcelo Costa em seu livro “Roteiro da Dramaturgia Cearense” chegou a ser comprovada por quem acompanhou a encenação de nove cenas de nove espetáculos de nove grupos diferentes, na noite da última quarta-feira (24.05), no palco principal do histórico Theatro José de Alencar (TJA) em Fortaleza (CE).
Marcelo lembra ainda, que a iluminação elétrica, o teatro realista e os métodos de interpretação, tudo isso alteram profundamente a maneira de fazer e de ver teatro. Portanto, quem assistiu à segunda ação da programação em alusão aos seus 60 anos de trajetória artística e de retrospectiva da Antologia Teatral de autoria do dramaturgo cearense, viu que o teatro usa o modo mostrar, em vez do modo narrar.
“Uma dimensão que cresce mais no palco que no papel” é o que pode se dizer sobre cada uma das cenas selecionadas pelo diretor teatral Marcelo Costa. São elas: Causa Perdida (Companhia Palmas), Noite de Glória (Grupo Balaio), Latin Lover (Abre Alas), Adolpho em Prosa e Verso (Arte de Viver), Corações Guerreiros (Grupo Prestatenção), O Caminho das Garças (Jane Azeredo), Prêmio de Consolação (Capricórnio), Pomo da Discórdia (Acontece) e, também, Ouro, Incenso e Mirra do Grupo Base de Teatro em Cascavel, no Ceará.
“Prazer, orgulho e honra está presente nesse evento memorável e ser parte integrante de tão profícuas seis décadas de trajetória desse artista excepcionalmente talentoso, aguerrido, multifacetado e legitimamente comprometido com a cultura e arte do fazer teatral. Loas a ti Marcelo Farias Costa! Gratidão, sempre e para sempre”, foram as palavras que a atriz cearense Kátia Camila proferiu para o teatrólogo, por meio de seu Facebook.
Da mesma forma, o ator e diretor teatral John White, revelou para o Portal ANC, o que pensa sobre a ideia de Marcelo Costa em possibilitar montagens de textos em que a maioria das pessoas não têm contato, não conhecem seus autores, nem suas dramaturgias. “Essa ideia possibilita que grupos façam montagens de fragmentos não dos espetáculos, dos textos todos porque essa não é a ideia, mas que possam ser montados fragmentos com grupos diferenciados na cidade, e reunindo tudo em uma coletânea e numa única noite, onde as pessoas possam conhecer um pouco de cada trabalho”, avaliou o também, produtor executivo da Mostra de Teatro do Estudante que completará Bodas de Prata em outubro deste ano.
Seleção, arranjo e intensificação são três processos do trabalho do dramaturgo Marcelo Costa, que se preocupa com a estrutura de suas mais variadas peças, compostas por quatro partes principais: (1) Exposição, (2) Compilação, (3) Clímax, e (4) Resolução.
>A imagem de capa da matéria é, também, de autoria de Nonato Carvalho.