Em novembro, a Marinha do Brasil promoverá um exercício voltado à proteção dos cabos submarinos localizados na Praia do Futuro, em Fortaleza. Os equipamentos são essenciais para a conexão de internet entre o país e o resto do mundo. A simulação busca aprimorar a capacidade de reação frente a riscos que possam afetar a infraestrutura.
O polo de conectividade da Praia do Futuro abriga 16 cabos submarinos, com ligações que alcançam África Ocidental, Europa, América Central e América do Norte. Durante a simulação, equipes atuarão tanto em terra quanto no mar, reproduzindo um cenário de incidente na região. O exercício segue protocolos de segurança baseados em modelos europeus.
Segundo a Marinha, os cabos enfrentam ameaças como fenômenos naturais, ancoragem de embarcações, atividades de pesca e sabotagem. Por sua vez, animais marinhos, como tubarões, não são capazes de provocar rupturas no sistema.
A proteção vai além de riscos físicos, contemplando também possíveis ataques terroristas ou falhas estruturais. Estruturas críticas como plataformas de petróleo, gasodutos, refinarias e usinas hidrelétricas são, igualmente, consideradas vulneráveis.
Também participarão da operação Petrobras, Blue Marine, Angola Cables e o Comitê Brasileiro de Proteção a Cabos Submarinos.
Simulação
O exercício ocorrerá entre os dias 24 e 28 de novembro e será dividido em duas frentes. Em terra, o Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais e o 3° Batalhão de Operações Litorâneas garantirão a segurança das instalações e a retomada das estações terrestres de empresas de telecomunicações.
No mar, o foco será a proteção da área próxima ao litoral, por onde passam os cabos submarinos. Participarão da operação um navio-patrulha do 3º Distrito Naval, equipes do Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC), além de navios e aeronaves da Esquadra.
Fortaleza
Atualmente, Fortaleza concentra 16 cabos submarinos, segundo a Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), sendo a principal porta de entrada de dados no Brasil e uma das mais relevantes do mundo. Entre as empresas que operam parte da infraestrutura estão Angola Cables, Google, América Móvil (Claro), Ellalink e China Unicom.
A rede inclui:
- Dois cabos conectando à África Ocidental (SAIL e SACS);
- Um cabo com ligação à Europa (Ellalink);
- Oito cabos conectando à América Central e América do Norte (Globe NET América Central, Américas – II, SAC, SAM-1, AMX-1, BRUSA, MONET e GlobeNET América do Norte);
- Cinco cabos interligando outros hubs nacionais, como Praia Grande (SP), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ).
Além de Fortaleza, destacam-se as infraestruturas de Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santos e Praia Grande, ambos em São Paulo.
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