
Segundo dados do Atlas da Violência, o Brasil registrou um total de 21.856 jovens assassinados no ano de 2023. O estudo, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foi divulgado nesta segunda-feira (12/05). Conforme a pesquisa, os números equivalem a uma média de 60 pessoas, entre 15 e 29 anos, mortas por dia.
Em um intervalo de dez anos, de 2013 a 2023, foram 312.713 jovens mortos por homicídio no Brasil. Segundo o Atlas da Violência, as situações mais críticas são encontradas nos Estados da Bahia e do Amapá. De acordo com o estudo, o Estado do Norte do País registrou uma taxa de homicídio de 134,5 por 100 mil jovens.
Na Bahia, foram 113,7. De todas as vítimas, a maioria são homens, com destaque para a faixa dos 20 anos. Apesar de um cenário desafiador, o Brasil conseguiu reduzir os índices de violência em termos gerais. No entanto, de forma específica, 17 Estados registraram taxas de homicídio acima da média do país em 2023.
Redução da violência
Na contramão de Amapá e Bahia, o Estado de São Paulo apresenta uma letalidade juvenil 12 vezes menor aos locais onde predomina o cenário negativo. Em 2023, São Paulo obteve a menor taxa do país: 10,2 por 100 mil jovens habitantes. Já no Ceará, houve uma redução de 1% na taxa de homicídios de jovens entre 15 e 29 anos entre 2022 e 2023.
Termos gerais
De acordo com dados do Atlas da Violência, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil registrou 45.747 homicídios em 2023. Esse número é o menor número dentro do período de onze anos. Segundo o estudo, que também foi divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, essa redução no índice de violência pode ser atribuída a políticas de segurança pública mais eficazes e ao envelhecimento da população.
Apesar do avanço, os dados também revelam que esse número equivale a pouco mais de cinco assassinatos por hora, o que requer avanços no combate aos índices de violência. O relatório também destacou que a violência atinge, em sua maior parte, grupos específicos: negros, mulheres, indígenas e pessoas LGBTQIA+. Em 2022, por exemplo, 76,5% das vítimas de homicídio eram negras;
Apesar dos números, seria possível imaginar registros em maior quantidade. O Atlas da Violência também revelou que, entre 2012 e 2022, cerca de 51.726 homicídios podem ter ficado sem registro oficial, devido a mortes violentas por causa indeterminada.
O relatório conclui que, embora os avanços sejam significativos, ainda há desafios a serem enfrentados para garantir segurança e justiça para todos os segmentos da população brasileira. Embora o Brasil esteja em trajetória de queda nos homicídios, o estudo revela que a violência continua sendo um problema estrutural.
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