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Mergulho Noturno parece nadar bem, mas apenas engana (Crítica)

Dirigido por Bryce McGuire (Every House is Haunted), Mergulho Noturno é mais um projeto com premissa esquisita que poderia ter se tornado um bom terror. No entanto, a esquisitice é usada como sustento de algo mal aproveitado.

Protagonizado por Wyatt Russell (Jovens, Loucos e Mais Rebeldes), acompanhamos a família Waller se mudando para uma nova casa, onde, além de começarem uma nova vida, buscam um local adequado para que o patriarca se cure uma lesão, para que assim possa voltar a ser jogador de baseball. Contudo, ao chegar no novo lar, todos os membros da família começam a ter experiências estranhas com a piscina do local.

A abertura do longa vem logo de cara para mostrar como a piscina do é composta por muitos mistérios sobrenaturais. Sendo tudo isso por meio de um controle de tensão e terror de maneira interessante, expondo que o projeto tem potencial para ser uma surpresa para o gênero. 

Contudo, a direção de McGuire e o roteiro escrito também pelo cineasta, juntamente com Rod Blackhurst (Blood For Dust), demoram a fazer com que a história aconteça de verdade. Entendo que isso pode ter sido proposital, com o objetivo de mostrar como a família Waller está tentando se encaixar nesta nova etapa de suas vidas, e, principalmente, como o personagem de Russell está muito fragilizado emocionalmente devido a sua lesão. Porém, em meio a tudo isso são criadas narrativas paralelas pouco aproveitadas e até mesmo descartadas, ou esquecidas. 

Quando o filme finalmente decide criar momentos de suspense e terror, tudo fica mais interessante. A direção foi competente em criar cenas mais aterrorizantes, principalmente naquelas que acontecem de manhã e embaixo d’água, sendo a segunda pouco comum no gênero. Apesar de não serem momentos muito marcantes, é notório que vai se criando um clima para o terceiro ato, principalmente pela não compreensão do que é essa piscina.

Ainda assim, é perceptível que a direção não percebeu que um dos melhores pontos do longa-metragem é o mistério em torno da piscina. Infelizmente, a narrativa vai para um caminho de explicação de tudo o que está acontecendo de maneira muito expositiva. Isso faz com que boa parte do que era interessante se perdesse, pois seria da nossa interpretação o que poderia estar acontecendo. Agora há uma razão clichê para tudo no projeto. 

Além disso, tudo que aparecia de sobrenatural em tela era de maneira sutil, quando chegamos na parte final do segundo ato e no terceiro ato inteiro, tudo é jogado de modo escancarado para espectador, seja a já batida assombração em fumaça e até falas de vergonha alheia como: “a melhor coisa que me aconteceu foi essa piscina”.

A ideia para o encerramento é interessante, utilizando da ideia de que os protagonistas de um filme de terror precisam de uma morte significante na narrativa. Porém, da maneira que é feito é anticlimática e pouco impactante, fora tudo que ocorre após isso mostra como o roteiro foi mal trabalhado, fazendo com os personagens pareçam burros.

Por fim, Mergulho Profundo tinha o potencial de ser um bom terror esquisito. Contudo, a falta de atenção e de capricho da equipe de produção fez com que o projeto saísse do esquisito para vergonha alheia em questão de minutos. Apesar de um elenco competente, diálogos ruins fazem com que os mesmos pareçam ser ruins, fora outros detalhes, como trilha sonora, são tão fracos que é provável que você nem repare.

Nota: 5/10

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